Os 10 atores que foram forçados a trabalhar em filmes contra a sua vontade

“Eu fui forçado a fazer aquele filme,” disse Tatum em uma recente entrevista para Howard Stern. Tudo fez sentido depois desta declaração: a única maneira de alguém participar intencionalmente de um filme de Stephen Sommers é se a pessoa estiver contratualmente obrigada a fazê-lo, ou sob a mira de um atirador de elite.

Preso à Paramount, Tatum não conseguiu se livrar do longa e acabou sendo uma das melhores coisas dele (lembre-se: ele tenta dar um soco em um holograma). Quando a sequência começou a ser produzida alguns anos depois, Tatum havia se tornado uma superestrela e conseguiu fazer um acordo interessante: embora ele ainda estivesse contratualmente obrigado a aparecer, o ator negociou uma morte precoce para o seu personagem - foi a única maneira de escapar dos vilões do estúdio.

Emily Blunt é uma atriz extremamente talentosa e não deve perder o sono hoje em dia por causa deste filme, mas ele deve ter sido uma grande dor de cabeça na época. A Fox tinha um certo controle sobre a atriz após o sucesso de 'O Diabo Veste Prada’, e Blunt claramente estava crescendo em sua carreira. A Marvel a queria para o papel de Viúva Negra em 'Homem de Ferro 2’, mas a Fox tinha outras ideias. Terríveis, por sinal.

Por contrato, Blunt acabou tendo que atuar na incrivelmente pobre e totalmente esquecível comédia 'As Viagens de Gulliver’, com Jack Black, que foi um fracasso retumbante. Enquanto isso, Scarlett Johansson ficou com o papel de Natasha Romanoff em cinco sucessos de bilheteria. Blunt terá que se conformar em ser apenas uma atriz respeitada, talentosa e casada com John Krasinski. Uma tarefa bem difícil…

Talvez Natalie Portman não soubesse muito bem como os contratos de filmes de super-herói funcionam: quando ela pensou que estava livre, foi puxada de volta. A vencedora do Oscar por sua atuação em 'Cisne Negro’ assinou a linha pontilhada para aparecer em 'Thor’, de 2011, mas quando a sequência 'Thor: O Mundo Sombrio’ surgiu, Portman tentou fugir sorrateiramente como uma bailarina.

O fato de que a sua diretora favorita, Patty Jenkins, foi demitida pelo estúdio certamente não ajudou, mas a atriz teve que sorrir e sofrer a indignidade de receber milhões de dólares para beijar Chris Hemsworth. Este sofrimento não vai ocorrer novamente em 'Thor: Ragnarok’: a Marvel anunciou que desta vez ela não irá participar.

Val Kilmer interpretou o papel de Iceman em 'Top Gun - Ases Indomáveis’, mas desde o início o ator não queria participar do projeto. Como parte de um daqueles contratos de três filmes sobre os quais você ouviu falar bastante, Kilmer foi forçado a participar de mais um longa da Paramount, e a ideia de fazer um filme homoerótico sobre jatos e vôlei não era exatamente o que ele tinha em mente.

Depois de se reunir com Tony Scott, Kilmer entrou no elevador antes de alguém segurar a porta e impedir que o mesmo descesse. Ele disse: “Eu ouvi um barulho no corredor. As portas se abriram e Tony pulou na frente do elevador e não me deixou ir embora.” Kilmer diz que nunca quis fazer 'Top Gun’, mas que acabou ficando feliz por ter trabalhado no longa.

Norton ganhou a reputação de ser um pouco, como podemos dizer… “difícil” ao longo dos anos. Depois de se lançar ao estrelato com o filme 'As Duas Faces de um Crime’, Ed ficou nas mãos da Paramount por causa de um contrato de três filmes. No entanto, o estúdio e o ator não conseguiam chegar a um acordo, e as negociações tiveram diversas idas e vindas ao longo de oito anos, sem um novo longa no radar.

Eventualmente os advogados da Paramount se envolveram no processo e ameaçaram Norton com ações legais caso ele não interpretasse o vilão de 'Uma Saída de Mestre’, de 2003. Precisamos admitir que não é um longa dos mais motivadores para um ator. Norton reclamou e deu vida ao personagem com o coração pesado, mas não participou de nenhum evento de promoção do filme, e ainda disse “Meus verdadeiros fãs não devem assisti-lo.”

É difícil entender como Whoopi Goldberg pode ter pensando, em algum momento, que concordar em participar de um filme com um dinossauro animado poderia ser uma boa ideia, mas esta foi a situação em que a vencedora do Oscar se encontrava no primeiro dia de filmagens de 'Meu Parceiro É um Dinossauro’, uma das piores comédias de todos os tempos.

Goldberg tentou se livrar do projeto no último minuto, mas os produtores abriram um processo contra a atriz para impedir a sua partida, citando o caso extremamente caro em que Kim Basinger foi processada por desistir do suspense erótico 'Encaixotando Helena’.

Whoopi optou por fazer o longa, que acabou nem chegando aos cinemas. “Não me pergunte por que eu fiz o filme,” disse ela em 2015. “Eles me forçaram a fazer.” Bom, e ela também assinou um contrato se comprometendo por vontade própria.

Ao contratar Marlon Brando você não pode se surpreender quando um furacão chegar para trabalhar e tentar tumultuar as filmagens. Brando estava contratualmente obrigado a interpretar Napoleão neste épico de 1954, mas detestou o roteiro e queria que o filme fosse um fracasso.

De acordo com os colegas de elenco, ele basicamente fez tudo ao seu alcance para tirar a produção dos trilhos, incluindo esquecer suas falas de propósito, fazer um sotaque britânico falso, jogar uma bola de futebol pelo set e molhar figurantes usando uma mangueira. No entanto, nem o Furacão Marlon pôde impedir que 'Desirée, o Grande Amor de Napoleão’ se tornasse um sucesso: o filme foi indicado a dois Oscars. Como era de se esperar, Brando não recebeu uma indicação de Melhor Ator.

Esta provavelmente é a razão mais bizarra (e suspeita) para fazer um filme. Keanu Reeves alega que um amigo forjou sua assinatura em um documento obrigando-o a participar de 'O Observador’, um suspense independente lançado no ano 2000.

Reeves alega que levar a questão aos tribunais seria caro demais e que ele não tinha provas do ocorrido, e por isso decidiu estrelar o longa. É possível notar que o nome do ator está no pôster do filme, mas seu rosto não, já que ele não participou de nenhuma atividade de promoção do projeto. É a desculpa de Hollywood equivalente a “Meu cachorro comeu minha lição de casa,” mas apostamos que Keanu não deve dar muitos autógrafos hoje em dia com medo de que algo semelhante aconteça outra vez.

Há situações em que os atores se apaixonam por um roteiro. Às vezes eles têm a sorte de encontrar um projeto apaixonante. No entanto, às vezes os atores fazem filmes porque os estúdios estão apontando uma arma para a sua cabeça. Mike Myers fez o fracasso 'O Gato’ com todo o zelo de um homem no corredor da morte.

A estrela havia concordado com a Universal em levar Dieter, outra de suas criações do 'Saturday Night Live’, às telas do cinema, mas o roteiro entregue pelo estúdio não agradou o ator, que desistiu do projeto.

A Universal entrou com um processo de U$ 3 milhões (R$ 10,6 milhões) e ofereceu a Myers este filme terrível como opção. Após o lançamento, o longa recebeu diversas indicações ao prêmio Framboesa de Ouro, que elege os piores do cinema.

Jennifer Garner sabia. Ela sabia que 'Demolidor’ era terrível. Ela sabia que um filme baseado em Elektra seria uma ideia ainda mais terrível. E ela sabia que não tinha como escapar dele, presa por um contrato que a obrigou a vestir aquela roupa vermelha de couro mais uma vez.

Garner nunca falou mal de 'Elektra’ publicamente (embora ela tivesse todo o direito de fazê-lo), mas seu namorado na época, Michael Vartan, contou que Jen disse que a experiência foi “terrível”. Juntamente com 'Mulher-Gato’, o longa basicamente acabou com os filmes de super-heroínas durante mais de uma década, e o fato de Garner não falar mal dele toda vez que vê um microfone é realmente impressionante.