WhatsApp desiste de lançar Comunidades neste ano no Brasil devido às eleições
(REUTERS/Thomas White)
WhatsApp não lançará o recurso Comunidades até 2023;
Novidade permitirá o envio de mensagens de uma só vez a 10 grupos, com até 256 pessoas cada;
Há o potencial de prejudicar as eleições, já que poderia ser usada para disseminar fake news.
O WhatsApp se comprometeu a não lançar o recurso Comunidades neste ano, devido ao potencial de influenciar as eleições. A decisão foi comunicada, na noite desta quinta-feira (25), ao Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP). A empresa também não ampliará o limite de usuários em grupos até 2023.
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A medida atende às recomendações do MPF-SP, feitas em julho, para que a novidade seja disponibilizada aos usuários somente no ano que vem. O objetivo seria evitar a alteração da política de enfrentamento à desinformação do WhatsApp “em um momento no qual fake news sobre o funcionamento das instituições e a integridade do sistema de votação brasileiro podem colocar em risco a estabilidade democrática do país”.
Anteriormente, o aplicativo havia adiado a implementação do Comunidades para depois das eleições, em um acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na nota sobre a decisão de adiar o recurso para 2023, destacou estar “entusiasmado com o valor que a funcionalidade Comunidades trará para que organizações sociais e empresas possam gerenciar suas conversas em grupo”.
Também em nota, o MPF-SP disse que "seguirá atuando para contribuir para o aprimoramento das políticas de enfrentamento à desinformação das principais plataformas digitais que operam no país".
O que é o WhatsApp Comunidades
Anunciada em abril deste ano, a novidade permite que até 10 grupos, com limite de 256 pessoas cada, sejam englobados em uma única comunidade. Assim, uma mensagem pode ser disparada para vários grupos de uma vez, atingindo até 2.560 pessoas em uma ‘tacada’ só.
Atualmente, as mensagens recebidas por encaminhamento só poderão ser passadas para um grupo por vez dentro do aplicativo. Paralelamente, o WhatsApp estuda aumentar o limite dos grupos para 512 usuários; a atualização também não chegará ao Brasil neste ano.
Com o potencial de conversar com várias pessoas ao mesmo tempo, o recurso poderia ser usado para disseminar campanhas de desinformação de forma ainda mais rápida - o que poderia prejudicar as eleições, segundo especialistas do MPF.