Visa pode estar envolvida em processo judicial de pedofilia
Visa pode ser responsabilizada por oferecer monetizar vídeos do Pornhub;
Site pornográfico está sendo processado por atraso em remover vídeo com menores de idade;
Juiz manteve a empresa de pagamentos como ré no processo.
A Visa, uma das maiores empresas de serviços financeiros e pagamentos do mundo, pode ser responsabilizada por ajudar a operadora de site pornográficos MindGeek a monetizar vídeos sexuais envolvendo crianças. A decisão foi tomada pelo juiz Cormac Carney, do estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
No processo Serena Fleites v. MindGeek e outros, a Visa fez um pedido para sair da condição de ré, porém de acordo com o juiz a Visa “pretendia ajudar o MindGeek a monetizar a pornografia infantil”, uma vez que continuou a oferecer seus serviços de processamento de pagamentos após saber que a empresa falhou em retirar vídeos com menores de suas plataformas.
As alegações do processo decorrem de um vídeo sexualmente explícito publicado no Pornhub, em que a vítima era uma adolescente na época. Apesar de ter sido notificado que o vídeo era ilegal, o Pornhub supostamente demorou semanas para retirar o vídeo do ar, permitindo que ele fosse baixado e reenviado à plataforma repetidamente, ganhando receita de anúncios a cada nova visualização.
“A Visa emprestou ao MindGeek uma ferramenta muito necessária – sua rede de pagamentos – com o suposto conhecimento de que havia uma grande quantidade de pornografia infantil monetizada nos sites do MindGeek”, escreve Carney
A empresa de pagamentos só cortou, temporariamente, seu contrato com o Pornhub após uma reportagem do New York Times sugerir que a plataforma estava conscientemente permitindo vídeos ilegais. A decisão do juiz leva em consideração esse fato, acreditando que a decisão de remoção de 10 milhões de vídeos após a reportagem tinha sido tomada pela MindGeek após pressões da Visa.
“A Visa não está sendo solicitada a policiar ‘os bilhões de transações individuais que processa a cada ano’”, afirma o juiz. “Está simplesmente sendo solicitado a abster-se de oferecer a ferramenta com a qual uma suposta entidade criminosa conhecida realiza seus crimes.”
Em resposta à revista Variety, a gigante dos pagamentos chamou de decisão de "decepcionante", afirmando que não tolera o uso de sua rede para atividades ilegais, porém “continuamos acreditando que a Visa é um réu impróprio neste caso”.