Viagens de ônibus e trens são o futuro da aviação
Nos Estados Unidos e na Europa voos de curta distância vem sendo substituídos;
Europa vê com preocupação o impacto ambiental dos voos de curta duração;
França, Áustria e Alemanha são países que estão atuando para diminuir as emissões de carbono da indústria aérea.
Desde o início da pandemia de COVID-19, ainda no primeiro trimestre de 2020, o setor de aviação no mundo todo tem sofrido com interrupções de voos, problemas técnicos e falta de pessoal. Agora a indústria ainda passa por boom de viajantes desde que as restrições de viagens e saúde estão sendo suspensas.
Tudo isso tem gerado uma série de problemas em voos, como cancelamentos e atrasos, não só no Brasil mas no mundo inteiro. Para mitigar isso, nos Estados Unidos as empresas aéreas estão começando a operar linhas de ônibus. É o caso da American Airlines, que irá substituir os voos entre seu hub na Filadélfia ao Aeroporto Internacional de Lehigh Valley, perto de Allentown, Pensilvânia, e ao aeroporto de Atlantic City, Nova Jersey, por corridas de ônibus.
Da mesma forma, outras companhias aéreas americanas têm feito o mesmo, como a Sun Country Airlines em Minneapolis-St. Paul e United Airlines em Denver. Para isso, os ônibus que substituem essas rotas, antes feitas por aviões, são marcados com os logotipos das aéreas, as passagens são vendidas como “voos” e as malas são transferidas como se fossem qualquer voo de conexão.
Da mesma forma, na Europa alguns países estão proibindo voos domésticos de curta distância onde há a opção de serem feitos de ônibus ou de trem, como forma de diminuir as emissões de carbono. Segundo o Greenpeace, a proibição de voos de curta distância onde há outro transporte, como trem ou ônibus, cuja viagem dure menos de seis horas, eliminaria 3,5 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano no continente.
Um dos países a adotar essa medida foi a França, que já neste mês de abril proibiu voos curtos, cujo destino poderia ser alcançado através de uma viagem de até 2 horas e 40 minutos de trem. A Áustria, por sua vez, implementou uma medida semelhante como parte do esquema de recuperação da Austrian Airlines. A Alemanha, por sua vez, decidiu dobrar os impostos cobrados em voos curtos e está pensando em adotar a medida, assim como os países nórdicos.