TV box pirata pode roubar dados e ameaçar “segurança nacional”; entenda

TV Box: Backdoors ameaçam até mesmo as redes de telecomunicação no Brasil
TV Box: Backdoors ameaçam até mesmo as redes de telecomunicação no Brasil

(Getty Images)

  • TV box pirata pode conter backdoor, método não documentado de comunicação;

  • Cibercriminosos podem usar os aparelhos para roubar dados sensíveis do usuário;

  • Além disso, conseguem fazer ataques de negação de serviço.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) alertou para a possibilidade que TV boxes piratas têm em permitir ataques e roubar dados dos usuários. Os aparelhos costumam ser usados para ‘transformar’ televisões antigas em smart tvs, permitindo o acesso a aplicativos de streaming, como Netflix, Prime Video e outros.

O novo estudo comandado pelo órgão detectou a existência de backdoor – um método não documentado de comunicação – abertos por meio de aplicativos Android. Os softwares instalados nesses dispositivos permitem o acesso a todos os sinais ligados na rede, bem como dados pessoais que trafegam no roteador.

"Foi o risco que conseguimos identificar, confirmando o que a indústria já falava há algum tempo", disse o superintendente de Fiscalização da Anatel, Hermano Tercius, em entrevista ao Tele.Síntese. A análise contou ainda com o apoio da TV paga, Agência Nacional do Cinema (Ancine) e Polícia Federal.

Além disso, as TV boxes analisadas também são usadas como ‘robôs’ em ataques de negação de serviço (DDos, na sigla em inglês), que torna páginas, plataformas ou serviços indisponíveis na rede. Essas ações são orquestradas por cibercriminosos, geralmente contra os sites com milhões de usuários. Ele ainda alerta que esta pode ser “uma questão de segurança nacional”, já que os backdoors ameaçam até mesmo as redes de telecomunicação no Brasil.

No ano passado, a Anatel já havia concluído que aparelhos de TV box não homologados podem ter malware, um software malicioso, capaz de permitir que criminosos capturem informações, como dados financeiros, fotos e documentos armazenados no dispositivo que estavam conectados na mesma rede. Mais dados sobre o estudo devem ser divulgados até o final deste ano.