Trabalhar remotamente prejudica criatividade, diz estudo
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Muitos trabalhadores estĂŁo ou estiveram trabalhando de casa por longos perĂodos durante a pandemia de covid-19. Muitos deles provavelmente continuarĂŁo â e querem continuar â nesse regime de trabalho mesmo apĂłs o fim das restriçÔes, segundo alguns estudos e pesquisas de opiniĂŁo.
Uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos, no entanto, buscou entender a diferença de desempenho entre os funcionĂĄrios que trabalharam presencialmente e os que trabalham remotamente, demonstrando que quem vai atĂ© o trabalho tem vantagens em determinadas ĂĄreas, principalmente as relacionadas Ă criatividade. O estudo foi publicado na revista cientĂfica Nature.
Estudando o trabalho
Segundo os pesquisadores, equipes trabalhando remotamente tĂȘm ideias criativas menos bem sucedidas do que equipes trabalhando presencialmente, mas a diferença Ă© Ănfima no momento de selecionar em quais ideias vale a pena investir. O estudo envolveu 602 participantes, divididos em pares. Metade deles estava se comunicando atravĂ©s de uma videoconferĂȘncia, e o resto estava cara a cara.
Os participantes tiveram de apresentar ideias para novos usos de produtos como frisbees e plĂĄstico-bolha, e entĂŁo, cinco minutos depois, ganharam um minuto para escolher a melhor das ideias apresentadas. Todas as ideias foram levadas a um time de juĂzes independentes, que os avaliaram pela criatividade e praticabilidade das ideias.
As equipes remotas geraram um nĂșmero maior e mais variado de ideias do que as presenciais, segundo os pesquisadores, mas ao comparar a habilidade de selecionar as melhores ideias â medida ao comparar as avaliaçÔes de criatividade e praticabilidade das ideias escolhidas com as escolhidas pelos juĂzes â, houve pouca diferença entre os grupos.
Originalmente, o estudo foi feito em campi estadunidenses, com a maioria dos participantes jovens e do sexo feminino, mas para eliminar vieses, eles foram replicados em 1.490 engenheiros trabalhando para empresas internacionais de infraestrutura de telecomunicação, vindo de cinco paĂses da Europa, Oriente MĂ©dio e Ăsia. Desta vez, foi pedido que os participantes pensassem em ideias para produtos das empresas para as quais trabalhavam ao invĂ©s de produtos hipotĂ©ticos, replicando melhor o cenĂĄrio de trabalho.
AtravĂ©s de vĂĄrios mĂ©todos, como anĂĄlises linguĂsticas e acompanhamento do olhar, alĂ©m da habilidade dos participantes de lembrar de objetos vistos no ambiente de testes, os cientistas descobriram que as pessoas trabalhando presencialmente olhavam ao redor da sala e falavam ao mesmo tempo mais vezes do que as que trabalharam remotamente â estas Ășltimas falavam em turnos e mantinham os olhos na tela. Estas atitudes tiveram uma correlação negativa com a geração de ideias.
Diminuir o campo visual pode acabar estreitando o foco cognitivo geral tambĂ©m, fazendo com que seja mais difĂcil ter ideias novas, criativas ou fora da caixa. Focar em uma tela e filtrar estĂmulos perifĂ©ricos ajuda no foco, mas a criatividade Ă© beneficiada pelo pensamento mais desfocado, segundo os cientistas. Uma possĂvel solução seria, sugerem especialistas, tirar intervalos para tirar o olho da tela durante videochamadas.
Fonte: Canaltech
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