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Tarcísio faz aposta de risco em governo de privatizações

***ARQUIVO*** SÃO PAULO, SP, 02.03.2023: Coquetel de inauguração da Pina Contemporânea, na Pina Contemporânea, no bairro da Luz. Na foto, Tarcísio de Freitas (Governador do estado de São Paulo). (Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress)
***ARQUIVO*** SÃO PAULO, SP, 02.03.2023: Coquetel de inauguração da Pina Contemporânea, na Pina Contemporânea, no bairro da Luz. Na foto, Tarcísio de Freitas (Governador do estado de São Paulo). (Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tornar-se o "governador das privatizações" está no centro das pretensões de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do Palácio dos Bandeirantes para firmar-se como o líder emergente da centro-direita no Brasil.

Aliados do ex-ministro da Infraestrutura, pinçado por Jair Bolsonaro (PL) para disputar pela primeira vez um cargo público e desde o começo do mandato buscando distância regulamentar do tóxico criador, dizem que a cena de Tarcísio sorridente com o martelo batido no leilão do Rodoanel na B3 será, a depender do governador, uma marca de mandato.

A negociação feita pelo governo, que cedeu aos concorrentes para manter a atratividade do negócio o pagamento de até R$ 1,4 bilhão da obra, foi lida no meio político paulista como um compromisso dessa disposição.

O trecho assumido em parceria com o estado da obra pelo consórcio Via Appia havia sido iniciado em 2013 e estava parado desde 2018, impedindo a finalização do projeto lançado no distante 1998. Nem mesmo o governo francamente pró-mercado de João Doria (então no PSDB) destravou o processo.

O leilão já estava previsto, assim como há uma carteira de cerca de 8.000 obras deixada pelo programa de investimentos tocado por Doria e seu sucessor, Rodrigo Garcia (PSDB), atropelado por Tarcísio na disputa do voto conservador paulista -no segundo turno, o ex-ministro derrotou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Tarcísio, assim, poderá surfar, mas seu plano de privatizações e parcerias lançado em pleno Carnaval se mostra mais ambicioso. E é aí que mora o perigo, como dizem mesmo aliados próximos, a começar pela joia de sua coroa: a Sabesp.

A companhia de saneamento do estado é uma empresa valiosa, cuja privatização esteve dentro e fora do radar de Doria. Pesou, e muito, resistência política e os resultados mistos da operação: os anos 2010 viram uma onda de reestatização na Europa, basicamente devido à majoração das tarifas sem contrapartida de qualidade.

Por óbvio, cada caso é um caso, mas na própria campanha eleitoral de 2022 o tema foi levado por Haddad à sua propaganda, ameaçando água mais cara caso seu rival cumprisse a promessa de vender a Sabesp, usando o exemplo da privatização operada no Rio.

Entra também aqui um fator cultural em evolução. Em setembro de 2019, na mais recente pesquisa Datafolha disponível sobre o tema, 67% dos brasileiros se opunham à privatização. Por outro lado, levantamento feito em 2021 com outras questões apontou que 63% não se opunham à oferta de serviços públicos tanto pelo governo como pela iniciativa privada.

Seja como for, é marca do PT ora ocupando o Palácio do Planalto o combate à agenda liberal, seja na retórica ou na prática -os limites do namoro entre Tarcísio e Luiz Inácio Lula da Silva poderão ser medidos no sucesso da tentativa do governador de ver privatizado o porto de Santos.

Mas é a Sabesp, marca universal entre paulistas, que deverá fazer da missão de Tarcísio um desafio político redobrado, não menos pelos riscos objetivos nele embutidos.