Suspeito de vazar informação secreta dos EUA foi advertido repetidamente pelo Pentágono

Ilustração criada em 13 de abril de 2023 mostra o suspeito de vazar documentos sigilosos dos EUA, Jack Teixeira, com o Pentágono, em Washington, DC, ao fundo
Ilustração criada em 13 de abril de 2023 mostra o suspeito de vazar documentos sigilosos dos EUA, Jack Teixeira, com o Pentágono, em Washington, DC, ao fundo

Um jovem membro da Guarda Nacional dos Estados Unidos, acusado de divulgar documentos secretos, recebeu repetidas advertências por abusar de seu acesso a informações confidenciais. Ainda assim, sua autorização de segurança de alto nível foi mantida, segundo mostram documentos judiciais.

Os procuradores que trabalham no caso pressionam para que o homem permaneça detido à espera de julgamento e apresentaram nesta quarta-feira (18) vários documentos que apoiam este pedido, incluídas cópias de três relatórios parcialmente redigidos pela Força Aérea americana.

Jack Teixeira, de 21 anos, é acusado de ter realizado o maior vazamento de documentos sigilosos da Inteligência americana em uma década, publicando uma série de informações altamente confidenciais em um fórum on-line a partir do qual foram distribuídas para diferentes redes da Internet.

Entre outras coisas, os documentos vazados demonstraram a preocupação dos Estados Unidos com a capacidade da Ucrânia de se defender da invasão russa e revelaram que Washington espionou seus aliados, Israel e Coreia do Sul.

Segundo um dos relatórios apresentados pela Procuradoria, com data de 15 de setembro de 2022, Teixeira foi "observado tomando notas sobre informação confidencial" e foi "instruído a não tomar notas de forma alguma sobre inteligência classificada".

Outro documento do mês seguinte mostra que o problema persistiu, com Teixeira "potencialmente ignorando a ordem para interromper sua imersão em informações de inteligência" que lhe foi dada em setembro.

Nesse sentido, foi advertido a "se concentrar em seu trabalho", segundo o documento.

No entanto, essa exigência também foi ignorada, já que no final de janeiro de 2023 Teixeira foi flagrado "vendo conteúdo alheio à sua função principal e relacionado à área da Inteligência", de acordo com um terceiro informe.

Teixeira foi preso em abril, após uma semana de investigação e acusado de crimes com penas de cinco e 10 anos de prisão.

Um juiz deve se pronunciar na sexta-feira sobre o pedido dos procuradores para que a detenção de Teixeira seja mantida.

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