Startup quer ensinar inglês pelo WhatsApp
Por Matheus Mans
Formado em ciências da computação e psicologia pela Universidade de Harvard, o alemão Jan Krutzinna viu no Brasil a oportunidade de usar o conhecimento de suas duas formações. Há cinco anos que ele comanda a EduSim, uma startup de educação que usa o WhatsApp para difundir o conhecimento da língua inglesa de maneira uniforme pelo país.
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“Vi que tinha muito investimento em ensino de inglês no Brasil, mas ninguém falava a língua. E tudo é muito diferente da Alemanha nesse quesito, já que aqui pessoas não aprendem inglês na escola”, disse ele, fundador e CTO da edtech. “Queria fazer com que as pessoas no Brasil passassem a ter as mesmas oportunidades que eu tive com o inglês”.
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Assim, ele desenvolveu a plataforma ChatClass, que funciona dentro do WhatsApp. O serviço usa um sistema de inteligência artificial para interagir com alunos do Ensino Fundamental e Médio por meio de áudios e texto. Além disso, os professores conseguem ter dados da performance e esforço de suas turmas por uma forma simples e efetiva.
Apenas 5% dos brasileiros falam inglês fluente, enquanto 71% dos jovens entre 9 e 17 anos acessam a internet mais de uma vez por dia, segundo a TIC-Kids Online. “Se você já usa o WhatsApp todo dia em português, é possível usar também em inglês”, disse Jan.
Alcance
Com cinco anos de idade, a EduSim já tem uma jornada invejável. A startup foi selecionada para Residência do Google Campus em São Paulo e soma cerca de R$ 3 milhões recebidos dos fundos Canary, Graph Ventures e Social Capital. Além disso, passou por conhecidos programas de aceleração como o SEED-MG e Estação Hack do Facebook.
A empresa já impactou cerca de 150 mil alunos de escolas públicas e privadas. Os ganhos da EduSim vêm dos valores pagos pela escola para utilizar o ChatClass.
Para Jan, a grande dificuldade é continuar a levar a plataforma em escolas de todo o País. “Como distribuir a solução e como vender pelo Brasil? É um País muito grande, a viagem é cara e não vale a pena ir pra outro lugar vender algo por um valor pequeno. Por isso, hoje chegamos nas escolas por sistemas de ensino e grupos grandes”, ressalta ele.
Mas, ainda assim, o empreendedor não esconde o ânimo de como vê a sua solução ao longo dos próximos anos no Brasil. “O que fazemos não é somente ensinar gramática e vocabulário. Queremos que o brasileiro faça parte da sociedade globalizada sem vergonha de falar inglês. É uma competência que alavanca o capital humano”, finaliza Krutzinna.