Servidores do BC decidem suspender greve até maio, mas manter operação-padrão
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após sinalização sobre proposta de reajuste salarial de 5%, os servidores do Banco Central decidiram, em assembleia realizada nesta terça-feira (19), suspender a greve por duas semanas, até o dia 2 de maio.
Mas a mobilização dos funcionários da autoridade monetária não terminou. A partir desta quarta (20), eles voltarão a atuar em operação-padrão e farão paralisações diárias, das 14h às 18h.
A decisão foi tomada depois de reunião com o presidente do BC, na segunda (18), quando Roberto Campos Neto afirmou aos representantes sindicais que o reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo público é consenso entre os ministros e chancelado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo na última quarta-feira (13), Bolsonaro decidiu dar um reajuste linear de 5% para todas as carreiras inclusive militares das Forças Armadas, além de integrantes do Judiciário e do Legislativo a partir de 1º de julho deste ano.
De acordo com o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Campos Neto também garantiu no encontro a implementação de duas demandas sobre reestruturação de carreira e se comprometeu a conseguir uma reunião entre os membros das três entidades dos servidores e o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).
"Nós demos um voto de confiança ao Roberto Campo Neto até 2 de maio para batalhar por uma proposta ainda melhor para os analistas e técnicos do BC", disse, em nota, Fábio Faiad, presidente do Sinal. Segundo ele, a decisão de suspender a greve foi tomada em uma votação apertada (55% dos servidores foram favoráveis e 45% contrários).
Apesar da pausa na greve, que teve início em 1º de abril, a categoria demonstrou insatisfação com a proposta discutida pelo governo.
"Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1º de julho. E, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial", afirmou.
De acordo com Faiad, se as negociações não avançarem nas próximas semanas com uma nova oferta do governo, a greve será retomada automaticamente a partir de 3 de maio. Procurado, o BC não se pronunciou sobre a suspensão da paralisação.