Seria esse o verdadeiro motivo para Musk recuar da compra do Twitter?
Para financiar sua compra, Musk terá de recorrer a bancos e a outros investidores;
Twitter nunca conseguiu monetizar seus usuários de uma maneira eficiente;
Dívida anual de US$1 bilhão pode se tornar um pesadelo caso Musk não consiga trazer lucros para a rede social.
Elon Musk pode estar direcionando seu remorso de comprador para o problema de bots do Twitter, mas por trás do acordo de compra está uma dívida de US$ 13 bilhões que parece pesar a cada dia que passa.
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Ao buscar fundos para realizar a compra da rede social, Elon Musk buscou diversas estratégias, como a junção com outros 19 investidores que dará a ele cerca de US$ 27,25 bilhões em compromissos de ações. Outro mecanismo utilizado por Musk foi um empréstimo de US$ 6,25 bilhões contra suas ações da Tesla, cujo o bilionário vem tentando substituir trazendo investidores de ações preferenciais como a Apollo Global Management Inc. e a Sixth Street.
No entanto, o que preocupa Musk são os empréstimos alavancados e títulos de alto rendimento necessários para completar os fundos necessários para o investimento. O pacote financeiro ofertado pelos bancos consultados por Musk deverá aumentar a despesa de juros anuais do Twitter para cerca de US$ 1 bilhão, dando ao CEO da Tesla uma margem de erro alarmantemente pequena.
Embora a dívida não vá ficar ligada a Musk enquanto pessoa, ficando a cargo do Twitter enquanto empresa reembolsar os bancos caso algo dê errado, o CEO da SpaceX e seus colegas investidores poderão perder o dinheiro que colocaram no negócio.
Se a empresa crescer sob o comando do bilionário, a carga da dívida poderá ficar mais gerenciável ao longo do tempo, podendo inclusive atingir um fluxo de caixa neutro em 2023 e positivo em 2024. No entanto, se Musk não arranjar uma maneira de trazer lucros consistentes para a rede social, a carga da dívida pode se tornar um grande problema para o bilionário.
Atualmente o Twitter tem cerca de US$ 6,3 bilhões em caixa ou investimentos de curto prazo, o que pode sustentar a sangria por alguns anos, afirmou Schiffman, da Bloomberg Intelligence, porém o Twitter nunca provou ser um negócio altamente lucrativo. “É uma empresa pública há algum tempo e eles nunca pareciam realmente descobrir como monetizar de forma atraente o consumidor”, disse John McClain, gerente de portfólio da Brandywine Global Investment Management.