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'Sempre quis algo com impacto social', diz Marina Peixoto, diretora do Mover

Depois de quase 20 anos na Coca-Cola Brasil, Marina Peixoto deixou a empresa em junho do ano passado para se dedicar integralmente ao Mover (Movimento pela Equidade Racial). “Sempre tive uma veia de inovação, de empreendedorismo, de querer transformar. Queria realizar algo que tivesse impacto social”, conta.

Antes de assumir o cargo de diretora executiva do Mover, a trajetĂłria de Marina na gigante de bebidas jĂĄ apontava para esse caminho Em seus Ășltimos anos na empresa, ela liderou projetos e campanhas de diversidade e inclusĂŁo.

Entre elas, estĂŁo a plataforma “Viva Positivamente”, que apresentava uma Coca-Cola mais sustentĂĄvel, e a campanha “Essa Coca Ă© Fanta”, focada em transformar a expressĂŁo com conotação homofĂłbica em uma mensagem prĂł-diversidade. “Aprendi muito durante todos esses anos”, relembra.

Mas foi durante a pandemia que a executiva de fato se debruçou sobre uma pauta de impacto social, com a criação do “Movimento NĂłs”. A ação foi um pacto feito entre oito das principais empresas de bebidas e alimentos do paĂ­s (Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelēz International, NestlĂ© e PepsiCo) para dar suporte ao pequeno varejo durante a COVID-19. As companhias investiram cerca de R$ 370 milhĂ”es que beneficiaram mais de 300 mil pequenos comĂ©rcios.

Foi entĂŁo que os presidentes das empresas envolvidas no “Movimento NĂłs” passaram a pensar em outras pautas prĂ©-competitivas em que pudessem trabalhar juntos. Marina ficou encarregada do projeto. “A ideia era unir forças e fazer a diferença. E a pauta racial foi ganhando repercussĂŁo”, conta.

Movimento Pela Equidade Racial

No dia 3 de novembro de 2020, 13 empresas - entre elas a Coca-Cola Brasil - publicaram um compromisso pĂșblico pela equidade racial. Em junho de 2021, o Movimento Pela Equidade Racial definitivamente virou realidade, agora com 47 empresas, com metas e pilares estratĂ©gicos definidos.

Durante os sete meses que levaram ao lançamento do instituto, por um tempo Marina Peixoto se dividiu entre a Coca-Cola e o Mover, atĂ© que teve que tomar uma decisĂŁo. “Precisava ter uma estrutura dedicada para o projeto. Comecei a dividir meu tempo. No inĂ­cio, era 80% Coca-Cola e 20% Mover e no final eu jĂĄ estava praticamente 100% Mover. Acabei pedindo demissĂŁo da Coca-Cola”, explica.

Liderando uma pauta racial

A diretora executiva do Mover sabia que questionamentos seriam levantados após lançar o instituto. Entre eles, o fato de uma mulher branca estar à frente do Movimento Pela Equidade Racial. “O que essa louca, uma mulher branca, vai defender uma pauta racial?”, indaga Marina.

E Ă© a prĂłpria executiva quem responde a essa pergunta. “A primeira coisa pra gente nĂŁo ter o mĂ­nimo de erro, Ă© nĂŁo pensar com a nossa prepotĂȘncia de achar que a gente vai fazer algo para e nĂŁo algo com”. Marina se cercou de profissionais que tĂȘm legitimidade de causa para co-criar com o Mover.

Foi durante a pandemia que a questão social  teve outro nível de discussão na Mover
Foi durante a pandemia que a questĂŁo social teve outro nĂ­vel de discussĂŁo na Mover

Entre as pessoas prĂłximas da executiva, estĂŁo a psicĂłloga, ativista e escritora Cida Bento, autora do livro “O pacto da branquitude”, e a empresĂĄria Nina Silva, que tambĂ©m faz parte do Conselho Deliberativo do Movimento Pela Equidade Racial.

Marina destaca algo que ouviu de Nina Silva e que carrega consigo nessa nova jornada. “Ela me disse que o protagonismo da fala vai ser sempre de quem tem o protagonismo da dor, mas o protagonismo da ação tem que ser de todos. Pessoas brancas que estão em cargos de poder tem a caneta pra ajudar a mudar a estrutura”, finaliza.