Saiba porque está cada vez mais difícil comprar feijão

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Feijão carioca é o preferido do prato do brasileiro (Getty Imagens)
Feijão carioca é o preferido do prato do brasileiro (Getty Imagens)
  • Expectativa é safra 2021/2022 9,31% acima da última colheita

  • Feijão carioca é o feijão mais consumido no país

  • Exclusividade de consumo interno torna o grão pouco atrativo a produção

O prato feito pode perder um dos seus protagonistas. O feijão está cada vez mais difícil no prato do brasileiro e o motivo, para o Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses, é a falta lavouras de feijão no agronegócio nacional. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a lavoura da leguminosa, de 2021 e 2022, é estimada em 3,1 milhões de toneladas, enquanto a produção de arroz está estimada em 11,4 milhões de toneladas para o mesmo período.

Mesmo com o aumento de 9,31% em comparação com a safra passada, o feijão está sumindo das mesas. Em entrevista ao Uol, o presidente do Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, acrescenta a preferência nacional a falta de cultivo do feijão.

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"Mais de 60% da produção e consumo de feijão no Brasil é de feijão carioca, e isso coloca o agricultor numa situação complicada: se faltar, ele não tem onde comprar [só o Brasil produz o carioca] e quando sobra, ele não tem para quem vender", disse Lüders.

Os estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás concentram a produção de feijão, de acordo com o Portal de Informações Agropecuárias da Conab.

Made in Brazil

Segundo o presidente da Ibrafe o feijão carioca é consumido apenas no Brasil, o que desfavorece exportações do produto e deixa o produtor dependente do consumo interno. Por estas razões o agricultor migra para outras culturas, o que diminui ainda mais a produção de feijão carioca no país.

"O agricultor vê preços internacionais da soja e do milho valorizados, com incentivos das empresas e facilidades para comercializar esses grãos. Então, ele para de plantar feijão e vai plantar soja e milho porque ele não vai ter prejuízo", explicou Marcelo Lüders ao Uol.

Com informações do Uol Economia