Reino Unido recomenda vacinação contra varíola dos macacos para pessoas consideradas ‘de risco’
A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) recomendou nesta terça-feira a vacinação contra a varíola dos macacos para pessoas consideradas "de risco" maior para a exposição à doença. Segundo a autoridade, devem ser imunizados homens que fazem sexo com outros homens e têm múltiplos parceiros por representarem grande parte dos casos da onda recente de contágio.
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"Embora qualquer pessoa possa ser infectada com a varíola dos macacos, os dados atuais apresentam níveis de transmissão mais elevados entre (mas não somente) as redes sexuais de homens gays, bissexuais e outros que têm relações sexuais com homens", informou a agência britânica em comunicado.
Na última semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou em coletiva de imprensa que a instituição não recomenda a vacinação em massa contra a infecção pelo vírus monkeypox, mas considera a aplicação para pessoas “de risco”.
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Embora a organização reconheça que homens que fazem relações sexuais com outros homens estejam mais expostos ao vírus, o líder da agência da ONU reforça que "qualquer um" pode ser contaminado e pede cuidado com o estigma criado em relação à doença.
"Todos devemos trabalhar contra o estigma, que não apenas é equivocado, mas pode impedir que indivíduos afetados busquem atendimento, tornando mais difícil deter a transmissão", disse Tedros Adhanom em entrevista coletiva no início do mês.
A varíola dos macacos não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, uma vez que são limitadas ainda as evidências de que o agente causador da doença estaria presente no sêmen ou em fluidos vaginais. No entanto, a infecção pode ocorrer no momento da relação sexual, já que a via mais comum de transmissão é o contato direto e prolongado com a pessoa contaminada pelas lesões na pele e vias respiratórias.
A vacina recomendada pelas autoridades britânicas é a Imvanex. Embora tenha sido criada para a varíola tradicional, erradicada em 1980, dados sugerem que o imunizante confere proteção de até 85% contra a versão atual.
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De acordo com o documento da UKHSA, as pessoas elegíveis são "os que têm vários parceiros, participam de relações sexuais em grupo ou frequentam lugares" específicos destinados a encontros para sexo.
Com circulação geralmente restrita à África Central e Ocidental, onde o vírus é endêmico, a varíola dos macacos está presente agora na Europa, Austrália, Oriente Médio e nas Américas do Norte e do Sul, totalizando mais de 2.100 casos registrados neste ano até 15 de junho. Desde o início de maio, foram 793 diagnósticos apenas no Reino Unido.
No Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou nesta terça-feira mais três casos da doença, elevando o total do país a 11 pessoas contaminadas.