Em cinco anos, real perdeu 30% do poder de compra
Alta na inflação sem reajuste salarial fez com que o real valesse cada vez menos
Famílias mais pobres são as mais atingidas pela perda de poder aquisitivo
Com a mesma quantidade de dinheiro é possível comprar dois terços do que adquiria antes
Não é impressão sua: o dinheiro vale cada vez menos. Com o aumento constante da inflação, o real perder 31,32% do valor de compra em apenas 5 anos. Ou seja, com a mesma quantidade de dinheiro o brasileiro compra apenas dois terços do que conseguia adquirir antes.
O valor do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrado no país em 2018 saltou para 11,30%, neste ano. Essa mudança afeta especialmente as famílias mais pobres. Isso porque com os produtos básicos mais caros e com salários que não acompanham o aumento de preços, pessoas com menor renda podem consumir cada vez menos.
"O brasileiro sente mais a inflação porque está nos produtos e serviços que a população mais consome no dia a dia: gasolina, gás de cozinha, alimentos, energia elétrica e aluguel. Complementando, vem o salário do consumidor que teve poucos reajustes nesse período, principalmente por conta da pandemia", explicou o economista abio Louzada, analista CNPI e CEO da escola Eu Me Banco, em entrevista ao G1.
O especialista também ressalta que fatores nacionais e internacionais contribuíram para a situação atual. "Quanto maior a instabilidade global, mais os investidores tiram dinheiro dos emergentes. A pandemia foi o principal fator nesse período, seguida da guerra na Ucrânia", afirmou.
Além da perda do poder de compra, essa alta também reflete nos juros pagos pelos brasileiros, dificultando até mesmo o acesso a empréstimos. A saída é cortar gastos e deixar de comprar itens essenciais.
Nos últimos seis meses, por exemplo. mais de 60% da população teve que cortar gastos nos últimos seis meses, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de abril.