Rússia busca anexar Ucrânia ocupada em novo foco da invasão
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(Bloomberg) -- Com quase 10 semanas de guerra e apenas pequenas vitórias no leste da Ucrânia, a Rússia foca em consolidar o controle militar e político sobre o território que conquistou até agora.
O Kremlin começou a instalar governos de ocupação, ordenar que a população use rublos e, de acordo com três pessoas envolvidas nos esforços, planeja referendos organizados às pressas em algumas áreas para abrir caminho para a anexação total. As pessoas falaram sob condição de anonimato devido ao risco de represália. O Kremlin não respondeu imediatamente a pedido de comentário.
Embora muito aquém dos objetivos originais de Vladimir Putin de destituir o presidente Volodymyr Zelenskiy e instaurar um regime pró-Rússia na maior parte da Ucrânia, os esforços mais recentes representam um novo obstáculo para as negociações de paz já empacadas. Kiev insiste que a Rússia desista do território que conquistou desde a invasão em 24 de fevereiro.
As forças de Zelenskiy, fortalecidas por infusões de armas pesadas dos EUA e seus aliados, planeja um esforço para retomar território.
Autoridades do Kremlin, em público e nos bastidores, ainda estão confiantes que seu avanço ganhará velocidade e as forças russas conquistarão pelo menos as regiões de Donetsk e Luhansk inteiras.
Moscou também tenta fortalecer seu controle nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, onde já conquistou partes do território. Isso deixaria cerca de um quinto da Ucrânia e a maior parte de sua costa sob controle da Rússia – e criaria uma ligação terrestre com a Crimeia, que Moscou anexou em 2014.
Nos últimos dias, autoridades russas começaram a diminuir as expectativas do público para um grande avanço no campo de batalha até o feriado de 9 de maio, quando o país comemora a vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial com um desfile militar.
Em um sinal de suas ambições para Donetsk e Luhansk, o Kremlin transferiu a responsabilidade pelas duas regiões de sua divisão que trata de países vizinhos para a de política interna, segundo pessoas familiarizadas com a situação. Sergei Kiriyenko, o vice-chefe de gabinete responsável pela política interna, visitou a região no final do mês passado para expor seus planos com as autoridades locais.
O reconhecimento pela Rússia das repúblicas separatistas no final de fevereiro - incluindo faixas de território que não controla - abriu caminho para a invasão.
Enquanto uma autoridade dos EUA disse na segunda-feira que as votações para se tornar parte da Rússia poderiam ser realizadas em Donetsk e Luhansk já em meados de maio, pessoas familiarizadas com o planejamento em Moscou disseram que provavelmente serão adiadas até que as forças russas estendam o controle pelo menos aos limites administrativos das regiões. Isso pode levar semanas ou meses.
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