Presidente do Equador dissolve Congresso para evitar impeachment
Acusado de corrupção pelo Congresso e ameaçado de destituição, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou a dissolução do Legislativo nesta quarta-feira (17), o que implica a realização de eleições antecipadas em três meses.
O chefe de Estado, apontado pela maioria legislativa de esquerda por suspeita de corrupção em contratos de transporte de petróleo, ordenou "dissolver a Assembleia Nacional por grave crise política e comoção interna", afirma o documento divulgado pela presidência.
Em um país mergulhado na violência ligada ao narcotráfico e à insatisfação popular com a alta do custo de vida, a decisão pode representar o fim do governo de direita e dar à esquerda uma oportunidade de recuperar forças. O líder da oposição é o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), foragido na Europa e condenado a oito anos de prisão por corrupção.
A Constituição estabelece que, no prazo máximo de sete dias após a publicação do decreto de dissolução, serão convocadas eleições legislativas e presidencial para completar o atual mandato de quatro anos (2021-2025).
"É uma decisão democrática não apenas porque é constitucional, mas porque devolve ao povo equatoriano a possibilidade de decidir", afirmou Lasso, em uma mensagem de rádio e televisão. A Constituição permite que ele concorra a novas eleições.
"Isto é ilegal"
(Com informações da AFP)
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