Preço subiu: por que o arroz e o feijão ficaram mais caros?
Principal motivo é a desvalorização do real em relação ao dólar;
Em 1 ano, preço do arroz subiu 60,8% , e do feijão chegou a quase nove pontos percentuais a mais (69,1%);
Em setembro, os produtos vendidos no Rio de Janeiro passam a ser isentos da cobrança do ICMS.
Acompanhamentos 'principais' da mesa brasileira, o feijão e o arroz estão nas categorias de grãos e leguminosas mais caras, com alta acumulada há mais de um ano e reajustes bem acima da inflação. Especialistas comentam que o motivo desse aumento é a desvalorização do real em relação ao dólar, que se intensificou durante a pandemia da covid-19.
"Esse movimento do câmbio induz um aumento nas exportações, sobretudo dos cereais e das carnes, favorecendo a redução da oferta interna e pressionando os preços", explica Matheus Peçanha, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas.
Em vários dados referentes ao preço da cesta básica mensal, os dois grãos puxaram o preço para as alturas por conta do custo elevado.
Os preços do arroz e do feijão — os principais produtos do prato feito do brasileiro — subiram mais de 60% nos últimos 12 meses, de acordo com levantamento do FGV IBRE. O reajuste ficou 10 vezes acima da inflação média de 6,1%, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (IPC/FGV). O arroz subiu (60,8%), no período pesquisado, e o feijão quase nove pontos percentuais a mais (69,1%).
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De acordo com a pesquisa, a cesta do prato feito (composta por 10 itens) apresentou elevação média de 23,2%. O número é quase o dobro de todo o grupo Alimentação do IPC/FGV (11,8%), que engloba os gêneros alimentícios (alimentos comprados no mercado) e a alimentação fora de casa (em bares e restaurantes).
Rio de Janeiro isenta ICMS dos produtos
Em setembro, o arroz e o feijão vendidos no Estado de Rio de Janeiro passaram a ser isentos da cobrança do Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS). Até o momento os produtos eram taxados em 7%. A mudança na tributação está prevista na lei sancionada pelo governador Cláudio Castro, e publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (dia 3). O texto também estabelece isenção do ICMS para os serviços que envolvem o transporte estadual e intermunicipal dos dois produtos.
O arroz aumentou 37%, em julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Já o feijão preto avançou 18,46%, no período. Os dados são do Ibre/FGV.
Com a nova legislação, a carga tributária que incide sobre o feijão e o arroz fica equiparada à do estado de São Paulo. A mudança na taxação dos principais itens que compõem o prato dos brasileiros foi aprovada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) no dia 12 de agosto.
O governador Cláudio Castro avalia que a medida pode ajudar a baratear o custo dos alimentos e ajudar famílias mais vulneráveis
– A parcela que o estado deixará de arrecadar vai se transformar em economia para milhares de famílias, principalmente as mais vulneráveis – afirmou Castro.