Por que você deve ter cuidado com alguns termos em seu currículo
Por Lygia Smith
Escrever um CV não é algo simples. Além de destacar de forma concisa a experiência do candidato, ele também tem que evidenciar suas competências, habilidades e qualificações sem ficar longo demais.
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A vontade de conseguir uma vaga pode ser tão grande que pode parecer tentadora a ideia de consultar um dicionário para florear o currículo e impressionar o recrutador. No entanto, ser muito verborrágico e usar termos técnicos sem necessidade pode acabar diminuindo as chances de chegar à entrevista.
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O CV é o primeiro contato com um empregador ou recrutador. Por isso, um bom currículo é essencial para abrir as portas.
"Embora o CV seja a parte mais importante de uma candidatura, o recrutador ou potencial empregador não o analisa detalhadamente", diz Will Capper, especialista em RH e fundador do mecanismo de busca de empregos DirectlyApply.
"Como são muitos candidatos, os recrutadores preferem fazer uma leitura rápida dos currículos para encontrar aqueles que oferecem o que eles precisam", ele completa.
Em um estudo feito em 2018, a Ladders Inc descobriu que o tempo médio de leitura da primeira página de um currículo era de 7,4 segundos, média superior à de 2012, que era de 6 segundos. Por isso, se o recrutador não conseguir perceber imediatamente que o candidato será o melhor para aquela vaga, ele corre o risco de ser eliminado.
"Esse pode ser o caso se houver muitos termos técnicos sobre um cargo específico. Pode ser que o empregador não conheça esses termos ou fique entediado", afirma Capper.
Palavras e frases longas e complicadas podem impressionar e dar a sensação de que o candidato sabe do que está falando, mas a simplicidade é sempre melhor.
"O uso de uma linguagem simples e natural, que vai direto ao assunto, é muito mais eficaz do que falar de coisas como 'sinergia' e 'competências fundamentais'. Uma descrição longa e passiva sobre habilidades e realizações não tem impacto sobre o leitor", ele explica.
Também é importante lembrar que a primeira pessoa que verá o CV será do departamento de RH ou recrutamento, e provavelmente não estará diretamente ligada à função em questão.
"É muito provável que essa pessoa não conheça as especificidades da vaga que o candidato busca conseguir e, portanto, não esteja familiarizada com a terminologia específica", diz Capper.
"O principal é evitar usar palavras específicas da função, da empresa e do setor. Uma boa forma de garantir a compreensão do CV é pedir para um amigo leigo revisar o currículo antes de enviá-lo", ele recomenda.
Também é bom lembrar que as expressões podem ter significados diferentes dependendo de quem lê o CV. Se o leitor não conhece o setor, as siglas e abreviaturas podem ter um sentido totalmente diferente para ele.
"Por exemplo, uma sigla como DTP pode significar 'Desktop Publishing' para uma pessoa, mas para outra, pode significar 'Departamento de Transportes Públicos'. Se for necessário usar siglas, uma forma de evitar problemas é apresentar o significado na primeira ocorrência do termo", diz Capper.
Não significa que é proibido usar jargões da área em questão, a ideia é sempre buscar o equilíbrio.
"O segredo é saber quais palavras usar e quando, sem exagerar. Os empregadores vão valorizar se perceberem que o candidato realmente sabe do que está falando. Não é necessário simplificar demais sem necessidade, mas ao mesmo tempo é preciso garantir que a terminologia usada seja clara", conclui Capper.
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