'Disney paulista'? Hopi Hari volta a atrair atenção
(Flickr/ ItsMayara)
Projeto de "Disney paulista" atraiu investidores interessados no Hopi Hari
Parque está em processo de recuperação judicial há cinco anos
Grupo de investidores fez oferta de compra, mas presidente da empresa não vê com bons olhos
Depois que o governo de São Paulo anunciou que pretende transformar a região interiorana conhecida como Serra Azul em um complexo com parques temáticos – projeto apelidado de “Disney paulista” -, o Hopi Hari se tornou como uma “noiva disputada”, conforme aponta o presidente da empresa, Alexandre Rodrigues.
O motivo seria o interesse de diversos rivais em investir e lucrar com a estrutura. Em processo de recuperação judicial desde 2016, o parque é apontado como um problema para a região, já que acumula pesadas dívidas e sofre com falta de manutenção.
Venda do parque
Recentemente, o Hopi Hari recebeu uma proposta de um grupo de investidores que reúne Beto Carrero, Playcenter e Wet’n Wild. Junto com uma empresa imobiliária, os concorrentes fizeram uma oferta de compra que inclui R$ 260 milhões para o pagamento de credores, além de outros R$ 150 milhões para investimentos no parque.
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Entretanto, conforme divulgado pelo Estadão, Alexandre Rodrigues alega que os concorrentes tentam tumultuar o processo de recuperação judicial. Segundo ele, a proposta de retomada, apresentada pela gestão atual, será a melhor.
Luiz Abdalla, sócio do parque, também rejeita a ideia de compra, mas relembra a importância de uma injeção de capital para pagar os passivos em aberto. Caso isso não aconteça, a empresa corre o risco de ir à falência.
Outra empresa de esportes náuticos também teria manifestado interesse em investir no local e incluir novas atrações, como autódromo e campo de golfe.
Dívida de R$ 500 milhões pode dobrar
De acordo com as informações apuradas pelo Estadão, o parque soma ainda uma dívida tributária de R$ 700 milhões, proveniente de anos sem pagar o Fisco. Caso a cifra seja esta, o parque, que já deve R$ 500 milhões, pode ver sua dívida de recuperação judicial mais que dobrar. Diante do cenário, a viabilidade da proposta do grupo investidor dependerá da boa vontade da receita.
Ainda assim, os credores – como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o fundo de pensão Prevhab – veem a oferta com bons olhos e como uma possível forma de dar fim ao processo de recuperação que se arrasta há cinco anos na Justiça.
No dia primeiro de novembro, o juiz Fábio Marcelo Holanda, da comarca de Vinhedo, postergou para um mês a assembleia de credores, que aconteceria no dia 3, para que esses tenham acesso à proposta de compra do parque apresentada pelo grupo, bem como aos dados que "são essenciais para a compreensão da real situação do passivo da recuperanda", escreveu em seu despacho.