Planos de saúde podem ter que cobrir tratamentos fora do rol da ANS; entenda
(Getty Images)
Câmara aprova projeto de lei que obriga planos de saúde a cobrirem tratamentos fora do rol da ANS;
Senado deve votar na próxima terça-feira (9);
Texto prevê a inclusão de tratamentos mediante critérios pré-definidos.
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), um projeto de lei que obriga os planos de saúde a cobrirem tratamentos que não estão no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O texto segue para o Senado e deve ser votado na próxima terça-feira (9).
Em junho, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fez com que a cobertura oferecida pelas operadoras passasse de exemplificativa para taxativa. Ou seja: antes, o rol da ANS era considerado apenas uma base, sendo que o paciente que precisasse de algum tratamento que não estava listado pelo órgão poderia obtê-lo de graça junto ao plano de saúde. Com a mudança de entendimento, os planos de saúde não precisam cobrir nada além dos procedimentos do rol. Caso o médico decida que a pessoa precisa realizar tal cirurgia que não faz parte da lista, deve ser bancada por ela.
"Milhões de pessoas que dependem dos planos de saúde para se manterem saudáveis e vivas se viram tolhidas do direito de se submeterem a terapias adequadas às suas vicissitudes, indicadas pelos profissionais de saúde responsáveis por seu tratamento", criticou o deputado Hiran Gonçalves (PP-PR), relator do projeto.
O texto prevê a adição de um tratamento ao rol caso cumpra alguns critérios, como comprovação científica da eficácia, além de recomendações da Comissão de Incorporação de Tecnologias no SUS e de pelo menos um órgão de avaliação de tecnologias em saúde que seja renomado internacionalmente. Atualmente, a lista da ANS inclui 3.368 procedimentos, como consultas, exames, terapias, cirurgias, medicamentos e próteses, vinculadas aos tratamentos de saúde.
Segundo interlocutores de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, o projeto só iria à votação caso houvesse acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Com informações da Exame.