Pessimistas dizem que S&P 500 ainda pode cair 700 pontos
(Bloomberg) -- à um fato da vida nos mercados em dificuldades: tem sempre alguém que diz que as coisas vão piorar. Segundo vårios estrategistas de açÔes nos EUA, elas estão prestes a piorar muito.
Depois de estender as perdas do ano para cerca de 13%, o S&P 500 corre o risco de um mergulho ainda mais profundo nos próximos meses, de acordo com a equipe de pesquisa técnica e macro da Strategas.
O grupo liderado por Chris Verrone se prepara para uma queda em direção Ă faixa de 3.500 a 3.700 pontos, que abrange a mĂ©dia mĂłvel de 200 semanas do Ăndice e o ponto mĂ©dio de toda sua alta desde o fundo do poço da pandemia em 2020. Uma queda para 3.500 representaria uma perda de 16% em relação ao fechamento de segunda-feira.
Esse pessimismo Ă© ecoado por Mike Wilson do Morgan Stanley, que diz que o indicador de referĂȘncia das açÔes americanas corre o risco de cair para 3.460 pontos se o crescimento estimado dos lucros começar a ficar negativo em meio a preocupaçÔes com a recessĂŁo.
Os investidores, claramente assustados, começaram a retirar dinheiro dos fundos de açÔes em abril. Embora os fluxos de saĂda sejam insignificantes em comparação com o que eles adicionaram nos dois anos anteriores, a histĂłria mostra que, quando as vendas começam, Ă© difĂcil voltar atrĂĄs.
Nos 10 casos anteriores em que as açÔes sofreram grandes perdas nos primeiros quatro meses de um ano, seis vezes o mercado estendeu seu declĂnio atĂ© dezembro e apenas duas vezes teve ganhos superiores a 10%, segundo dados da Strategas.
â2020 Ă© a exceção Ăłbvia, mas uma queda acentuada atĂ© abril geralmente significa que o resto do ano continua sendo difĂcilâ, escreveu Verrone em nota. âContinue a proceder com cautela.â
A alta volatilidade domina os mercados desde janeiro, quando o Federal Reserve deixou claro suas intençÔes de combater agressivamente a inflação. O primeiro aumento de juros do banco central em trĂȘs anos colocou os Treasuries em queda e prejudicou o apelo das maiores empresas do mercado de açÔes. A guerra na UcrĂąnia, os novos bloqueios de Covid na China e outros ventos contrĂĄrios aumentaram o risco de uma recessĂŁo e a turbulĂȘncia.
Depois de passar o primeiro trimestre comprando nas quedas, alguns otimistas estĂŁo desistindo depois de um abril tumultuoso. No mĂȘs atĂ© 27 de abril, os fundos focados em açÔes tiveram saĂdas de US$ 30 bilhĂ”es, segundo dados compilados pela EPFR Global.
A queda de 9% do S&P 500 em abril foi o pior desempenho do Ăndice para o mĂȘs desde 1970.
A anålise dos gråficos mostra poucos sinais de estarmos perto do fundo do poço, segundo Gina Martin Adams da Bloomberg Intelligence.
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