Perspetivas económicas da UE melhoraram, mas inflação preocupa
As perspetivas económicas para a União Europeia (UE) apontam para um crescimento económico de 1% em 2023 e 1,7% em 2024, contra uma previsão anterior de 0,8% e 1,6%, afirmou a Comissão Europeia, seguinda-feira, nas suas previsões da primavera. No caso dos 20 países que utilizam a moeda euro prevê-se um crescimento de 1,1% este ano e 1,6% em 2024.
O executivo comunitário confirma que o bloco escapou à recessão de inverno que se temia, mas alertou que a inflação continua demasiado elevada, continuando a prejudicar a economia e a minar a capacidade de despesa dos cidadãos.
O facto dos preços da energia terem baixado é um dos principais motivos para a melhoria do quadro económico, tendo a UE conseguido contornar, em parte, o corte de gás russo com várias medidas de emergência.
"A economia europeia continua a mostrar resiliência num contexto global difícil. A descida dos preços da energia, a diversificação do aprovisionamento energético e a redução do consumo contiveram o impacto económico adverso da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", explicou o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, em conferência de imprensa.
"Como os preços mais baixos da energia continuam a aliviar os orçamentos das famílias e das empresas, espera-se que a expansão económica continue em 2023 e ganhe algum ritmo em 2024", acrescentou.
"A economia da UE está a aguentar-se notavelmente bem face à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o que levou a uma atualização das previsões de crescimento para 2023", afirmou Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, em comunicado.
Inflação continua a preocupar
Depois de atingir um pico em 2022, a inflação global continuou a diminuir no primeiro trimestre de 2023, devido a uma forte desaceleração dos preços da energia. A inflação subjacente (inflação global excluindo a energia e os alimentos não transformados) está, no entanto, a revelar-se mais persistente.
Em março, atingiu um máximo histórico de 7,6%, mas prevê-se que diminua gradualmente durante o período de previsão: 6,7% em 2023 e 3,1% em 2024, com previsões mais baixas para a zona euro.
A Hungria será a mais afetada, com a inflação a atingir 16,4% este ano, seguida da Chéquia e da Polónia, com valores próximos de 12%.
Os custos mais elevados dos empréstimos para os consumidores e as empresas têm vindo a reduzir a disponibilidade de empréstimos para aquisição de habitação ou investimento empresarial e a diminuir a procura de empréstimos.
O Luxemburgo, a Bélgica e a Espanha deverão registar as taxas de inflação mais baixas: entre 3% e 4%.