Paulo Guedes: privatização da Eletrobras vai ocorrer neste ano
Eletrobras fechou o ano de 2021 com um lucro líquido de 5,71 bilhões de reais;
Privatização da Eletrobras chegou ao TCU em setembro do ano passado;
Ministro se mostrou otimista sobre a privatização da companhia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que a "privatização da Eletrobras vai ocorrer neste ano, muito em breve". Guedes apontou que "quer acreditar" que o TCU (Tribunal de Contas da União) está na reta final das análises sobre o processo de desestatização da companhia. "Estou muito confiante de que vai dar certo", afirmou.
Nesta semana, o julgamento do processo de privatização da Eletrobras foi suspenso por 20 dias no TCU. O processo de privatização da Eletrobras chegou ao TCU em setembro do ano passado, quando foram encaminhadas as primeiras informações por parte do governo federal.
As declarações do ministro aconteceram nesta quinta-feira (21), na Embaixada do Brasil em Washington, onde ele ainda defendeu que a capitalização da Eletrobras é um passo importante para a segurança energética do Brasil.
De acordo com Guedes, a companhia precisa investir R$ 15 bilhões por ano para manter a fatia de mercado, mas "apenas" pode aplicar R$ 3 bilhões por ano.
No julgamento do ministro, a nova avaliação internacional sobre o Brasil é positiva em um contexto de rupturas de cadeias globais de produção e alta de commodities, especialmente de petróleo. "A ficha caiu na Europa com a guerra e a necessidade de segurança alimentar e energética."
Queda no lucro
A Eletrobras fechou o ano de 2021 com um lucro líquido de 5,71 bilhões de reais, cifra 11% inferior à registrada em 2020, em meio a um forte aumento de provisões, informou a companhia. Os investimentos da estatal, que passa por um processo de privatização, somaram 4,7 bilhões no ano passado, bem abaixo dos 8,2 bilhões orçados para o período.
Segundo a companhia, a frustração dos aportes decorre principalmente de dificuldades no projeto da usina nuclear Angra 3, além de problemas com fornecedores e matérias-primas para as unidades Angra 1 e 2.
Do lado financeiro, a companhia encerrou o ano com dívida líquida de 21,6 bilhões de reais, e uma alavancagem de 1,1 vez, medida pela relação de dívida líquida sobre o Ebitda recorrente dos últimos 12 meses.