Parece que o exoplaneta que seria Vulcano, de Star Trek, não existe
Parece que a estrela 40 Eridani não tem um exoplaneta em sua órbita. A detecção do possível mundo foi anunciada em 2018, mas ao analisar novamente os dados da descoberta, uma equipe de pesquisadores liderada por Katherine Laliotis, da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, concluiu se tratar de um falso-positivo.
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A detecção do possível exoplaneta ficou bastante conhecida graças à série televisiva Star Trek (Jornada nas Estrelas), lançada em 1966. Um dos personagens principais da produção é o meio-humano e meio-alienígena Spock, que vem do planeta Vulcano, na órbita da estrela 40 Eridani A. Tanto o planeta quanto a estrela foram inspirados na estrela 40 Eridani A, que realmente existe — mas, para a decepção dos fãs da franquia, o exoplaneta candidato foi anunciado com o nome Eridani b.
Ele foi encontrado por meio da velocidade radial, método que usa alterações no comprimento de onda da estrela causadas pela gravidade de um objeto massivo em sua órbita, e foi classificado como uma superterra rochosa, que levava cerca de 42 terrestres para completar uma órbita ao redor da estrela.
Enquanto analisavam uma lista de exoplanetas selecionados para estudos mais aprofundados, os pesquisadores do novo estudo detectaram alguns problemas com a descoberta de 40 Eri b, sendo que alguns já haviam sido apontados na época da detecção do planeta. Um deles é o período orbital dele, muito parecido com o da estrela, entre 37 e 43 dias.
O objeto foi considerado um exoplaneta a partir dos dados de velocidade radial, usados para estudar a luz emitida pela estrela, e, na época, os pesquisadores consideraram ter observado um “puxão” gravitacional, que indicaria a presença do planeta. Entretanto, ao analisar o espectro da luz, os autores descobriram que o puxão observado veio de atividade na superfície da estrela.
Eles encontram ainda outros exoplanetas que parecem ser “impostores” em meio aos dados. Por outro lado, a equipe descobriu dois novos candidatos a exoplanetas para novas observações e análises, que podem ajudar a determinar a natureza deles. Os resultados sugerem que, conforme novos dados são coletados, vale rever detecções anteriores e, assim, garantir maior confiabilidade na descoberta de novos mundos.
O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista The Astronomical Journal, e pode ser acessado no repositório arXiv, sem revisão de pares.
Fonte: Canaltech
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