‘Tinder dos boletos’, startups ajuda a negociar parcelas
Por Matheus Mans
O engenheiro Marcelo Bertolini estava em uma situação complicada. Queria reduzir custos de alguns serviços, como plano de saúde e telefonia, mas simplesmente não conseguia. A todo o momento, a ligação caía, protocolos eram passados aos montes, atendentes faziam transferências e, no final das contas, ninguém o ajudava. “Perdi minhas manhãs nisso”, diz.
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Contrariado, Bertolini começou a buscar soluções. Junto com o sócio Roberto Calderon, fundou a startup Parcela Mais Baixa. A ideia é possibilitar que o usuário possa fazer a portabilidade de suas contas e serviços de maneira rápida e fácil. Numa única plataforma, a pessoa informa quanto paga, quanto quer pagar e, assim, recebe propostas de empresas.
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Hoje, vários setores já são atendidos. Dentre eles, telecom, saúde, empréstimos, financiamento de veículos e de imóveis, seguros e, até mesmo, taxas bancárias e de cartão.
“A pessoa só precisa inserir dados básicos e informar quanto paga e quanto quer pagar por seus serviços. Do outro lado, temos corretores, financeiras, empresas e startups que encontram clientes em busca de serviços mais em conta”, explica Bertolini.
A ideia de Bertolini e Roberto, para ganhar dinheiro, é cobrar taxas das empresas para acessar a plataforma — ainda que neste momento inicial ela seja gratuita. As companhias cadastradas terão acesso a um tipo de cliente certeiro, que está em busca de novos serviços. “E-mails e mensagens no WhatsApp são respondidas no mesmo dia”, diz.
Nem todo mundo está dentro
Para avançar ainda mais no mercado, Bertolini destaca alguns cuidados. Primeiro, há uma preocupação em diversificar o máximo possível em cada setor. Uma mistura de empresas tradicionais, startups e agentes independentes é o ideal. Alguns setores, como o de telefonia, ainda são uma barreira. “Faltam empresas independentes”, diz o executivo.
Por fim, o Parcela Mais Baixa quer ter um cuidado na hora de escolher os parceiros. Assim, evita que o usuário tenha dor de cabeça posteriormente com tipo de tratamento ou serviço.
“Nós visitamos os escritórios das empresas, conversamos, entendemos”, resume Bertolini. “Temos uma espécie de acerto. Se o cliente recusar a oferta de uma empresa, ela precisa deixar aquilo de lado. Não pode ficar incomodando, não pode ir atrás novamente. Nós queremos livrar o cliente de uma dificuldade, uma preocupação. Não criar mais uma”.