ONU pede ação contra "robôs assassinos" e novas regras para armas
Secretário geral da ONU pediu mudanças no uso de armas autônomas letais;
Armas conhecidas como "robôs assassinos" contam com inteligência artificial e reconhecimento facial;
ONU acredita que primeiro ataque autônomo ocorreu em março na Líbia;
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira em comunicado, novas regras para o uso de armas autônomas letais, também conhecidas como "robôs assassinos", marcando uma reunião-chave sobre o assunto na sede da entidade, em Genebra, na Suíça, de acordo com informações da agência Reuters.
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Segundo a agência, nos últimos oito anos negociadores da ONU discutem os limites das armas autônomas letais, que são totalmente controladas por máquinas e contam com novas tecnologias, como inteligência artificial e reconhecimento facial. Mas a pressão aumentou em parte devido a um relatório do painel da ONU em março, que disse que o primeiro ataque autônomo de drones pode já ter ocorrido na Líbia.
Anistia Internacional e países pedem revisão de regras de "robôs assassinos"
A Anistia Internacional e grupos da sociedade civil estão pedindo aos países que comecem a negociar um tratado internacional e apresentarão uma petição aos negociadores ainda na segunda-feira. Algumas nações participantes, como a Áustria, pedem uma proibição total das armas autônomas, enquanto outros, incluindo os EUA, têm sido mais reticentes e apontam para os benefícios potenciais de tais armas, que podem ser mais precisas do que os humanos no acerto de alvos.
Os pedidos geraram reação do secretário-geral da ONU, que pediu: "Eu encorajo a Conferência de Revisão a chegar a um acordo sobre um plano ambicioso para o futuro para estabelecer restrições ao uso de certos tipos de armas autônomas", disse António Guterres no início das rodadas de negociações sobre o tema. A Convenção sobre Certas Armas Convencionais tem 125 países signatários, incluindo Estados Unidos, China e Israel, de acordo com a Reuters.
O uso de armas operadas por inteligência artificial e reconhecimento facial já gera reações pelo mundo. "O ritmo da tecnologia está realmente começando a ultrapassar o ritmo das negociações diplomáticas", disse Clare Conboy, representante da campanha Stop Killer Robots. "(Esta) é uma oportunidade histórica para os Estados tomarem medidas para salvaguardar a humanidade contra a autonomia no uso da força", completou Conboy, em entrevista à agência Reuters.