O que explica a alta de 1% do PIB no primeiro trimestre? Veja lista
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- RIO.L
RIO DE JANEIRO, RJ, E SĂO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre de 2022 reflete principalmente os efeitos da reabertura da economia, dizem analistas. TambĂ©m houve estĂmulos do setor externo.
A seguir, veja uma lista de fatores que levaram o indicador a avançar frente ao quarto trimestre do ano passado.
RETORNO DE SERVIĂOS E CONSUMO
O inĂcio do ano foi marcado pelos reflexos da retirada de restriçÔes Ă circulação de pessoas. Esse movimento de flexibilização acabou gerando espaço para a retomada do consumo de serviços, setor produtivo que sofreu com paralisaçÔes nas fases mais crĂticas da pandemia.
Serviços que dependem do contato direto com clientes, como os de bares, restaurantes, hotéis, eventos e transporte de passageiros, foram impulsionados na largada deste ano. O segmento como um todo teve alta de 1% em relação ao quarto trimestre de 2021.
Os cĂĄlculos do IBGE ainda avaliam o PIB pela Ăłtica da demanda, ou seja, como sĂŁo consumidos bens e serviços. O consumo das famĂlias subiu 0,7% no primeiro trimestre, em mais um reflexo da derrubada de restriçÔes.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o fim de restriçÔes, mais brasileiros voltaram a procurar atividades de lazer, como viagens, por exemplo.
APETITE POR COMMODITIES AGRĂCOLAS E PREĂOS EM ALTA
O inĂcio do ano tambĂ©m foi marcado pela demanda global por commodities agrĂcolas e a consequente valorização dos preços desses produtos.
Isso, segundo analistas, beneficiou as exportaçÔes brasileiras, que cresceram 5% no primeiro trimestre, em relação aos trĂȘs meses imediatamente anteriores.
BASE DE COMPARAĂĂO FRAGILIZADA
Apesar do avanço no começo do ano, a economia brasileira ainda encontra dificuldades. Tanto é que a atividade ainda não recuperou totalmente o patamar de antes da crise de 2014 a 2016. A base de comparação fragilizada é outra questão que ajuda a entender a subida recente, segundo analistas.
OCUPAĂĂO MAIOR
ApĂłs o baque da pandemia, mais brasileiros vĂȘm encontrando algum tipo de trabalho. No primeiro trimestre de 2021, o nĂșmero de ocupados era de 87,1 milhĂ”es. Em igual perĂodo deste ano, o contingente subiu para 95,3 milhĂ”es (mais 8,2 milhĂ”es).
Analistas avaliam que a volta de mais brasileiros ao mercado trabalho também ajudou o PIB no começo do ano, embora a renda média continue fragilizada.
PROGRAMAS DO GOVERNO
Ăs vĂ©speras das eleiçÔes presidenciais e pressionado pela perda do poder de compra da população, o governo federal tenta estimular o consumo por meio de programas como o AuxĂlio Brasil. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, iniciativas dessa natureza podem gerar estĂmulos sobre o PIB .
O QUE JOGA CONTRA A REAĂĂO
A alta de 1% da economia nacional veio um pouco abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agĂȘncia Bloomberg projetavam avanço de 1,2%.
A inflação elevada e o ciclo de alta dos juros sĂŁo apontados como freios para a reação mais consistente da economia. Em conjunto, os dois fatores jogam contra o consumo das famĂlias e os investimentos de empresas.
AliĂĄs, os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caĂram 3,5% no primeiro trimestre. O resultado ligou sinal de alerta entre analistas.