Nokia anuncia planos de cortar até 10 mil empregos nos próximos dois anos
A Nokia anunciou nesta terça-feira (16) que tem planos de cortar até dez mil empregos globalmente em dois anos. Segundo a empresa finlandesa, o objetivo é cortar custos e investir mais em capacidades de pesquisa, de olho em concorrentes como a Huawei e a Ericsson.
Atualmente, a Nokia tem conta com 90.000 funcionários ao redor do mundo e cortou milhares de empregos após a aquisição da Alcatel-Lucent em 2016.
Tais mudanças passam pela nova fase da gestão de Pekka Lundmark, presidente-executivo da companhia, que assumiu o cargo no ano passado. Em outubro último, ele anunciou uma nova estratégia na qual a Nokia terá quatro grupos de negócios. Na época, Lundmark afirmara que empresa "fará o que for preciso" para assumir a liderança do setor de 5G, apostando em pegar uma fatia da participação da atual líder, a Huawei, que vem enfrentando problemas em diversos países devido à pressão dos EUA.
Além disso, o executivo tem feito mudanças para se recuperar de erros de produto da gestão anterior da Nokia e que prejudicaram suas ambições no 5G, desvalorizando suas ações. Espera-se que Lundmark apresente sua estratégia de longo prazo, discuta planos de ação e defina metas financeiras na próxima quinta-feira (18), quando a companhia falará ao mercado.
Suporte
Em comunicado, a Nokia prevê que a reestruturação atual diminua sua base de custos em cerca de 600 milhões de euros até o final de 2023. Metade da economia deverá ser realizada já 2021. Pekka Lundmark afirmou que “as decisões que podem ter um impacto potencial sobre nossos funcionários nunca são tomadas levianamente e que a prioridade é garantir que todos os afetados tenham suporte por meio desse processo.”
Um representante da Nokia afirmou à agência de notícias Reuters que os planos de corte são globais e, provavelmente, afetarão a maioria dos países. “Na Europa, acabamos de informar os sindicatos e esperamos que os processos de consulta comecem em breve, quando aplicável.” No entanto, a França, onde a Nokia cortou mais de mil empregos no ano passado, foi excluída da atual reestruturação.
Novos focos, mesmos custos
Ainda em entrevista a Reuters, Sami Sarkamies, analista da consutoria Nordea, afirmou que o programa de economia da Nokia é maior que o esperado, mas, o fato é que isso não resultará em custos mais baixos: “No entanto, como a empresa está mudando o foco de custos gerais para pesquisa e desenvolvimento, isso que deve resultar em crescimento e melhores margens no futuro”.
Dentre os planos da Nokia para os próximos trimestres o principal deles é aumentar os investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), além de capacidades futuras, incluindo 5G, nuvem e infraestrutura digital. Sob a gestão do antecessor de Lundmark, Rajeev Suri, a Nokia reduziu sua perspectiva de lucro e suspendeu o pagamento de dividendos, depois que erros em seus produtos derrubaram mais de um quinto de seu valor de mercado. Em fevereiro deste ano, a Nokia previu que a receita de 2021 cairia para entre 20,6 e 21,8 bilhões de euros. No ano passado, seu faturamento foi de 21,9 bilhões de euros.
Enquanto a Nokia e a Ericsson têm conquistado mais clientes à medida que mais operadoras de telecomunicações começam a implantar redes 5G, a última tem certa vantagem por ter conquistado contratos de rádio 5G na China. A companhia finlandesa não ganhou nenhum contrato deste padrão no país asiático e também perdeu para a Samsung Electronics uma parte de um contrato de fornecimento de equipamentos 5G para a Verizon nos EUA.
Nokia Brasil também passou por mudanças
O alto escalão da Nokia no Brasil também passou por mudanças recentes. Em dezembro último, a companhia anunciou Aílton Santos como novo head de suas operações no país. Ele está há três anos na empresa, lidera a Nokia Software na América Latina e assumiu o comando da companhia por aqui em janeiro deste ano, substituindo Luiz Tonisi.
A partir da data em questão, Santos passou a comandar uma equipe concentrada nas oportunidades que o 5G e a Internet das Coisas (IoT) podem trazer ao mercado nacional. Isso inclui transformação das indústrias e soluções de conectividade em ambientes B2B e B2C. O executivo passou a responder para Osvaldo Di Campli, que preside a região da América Latina desde outubro de 2017.
A frente da equipe da Nokia Software para a América Latina, Santos obteve forte crescimento e rentabilidade ao negócio da fabricante finlandesa. Agora, um dos grandes desafios é fazer com que a companhia tenha uma forte presença no 5G brasileiro, cujo leilão das frequências está agendado para o primeiro semestre de 2021, entre abril e junho.
O Brasil é um dos mercados de maior potencial para a Nokia, principalmente com a chegada do 5G. Atualmente, a empresa oferece um amplo portfólio de soluções e realiza investimentos no país. Segundo um estudo da companhia em parceria com a Omdia, a expectativa é que o 5G tenha um impacto de até US$ 1,2 trilhão no PIB nacional no período de 2021 até 2035 e maior benefício aos setores de Manufatura, Logística, Mineração, Agricultura, e o Governo.
Fonte: Canaltech
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