Nissan revela pacote de R$ 101 bi para produzir carros elétricos
Nissan deve lançar 23 modelos de veículos eletrificados até 2030, incluindo 15 veículos elétricos;
Empresa deve gastar cerca de R$ 99 bi ao longo de cinco anos para acelerar transição para elétricos;
Nissan quer reduzir custos de baterias para veículos elétricos;
A Nissan anunciou nesta segunda-feira que gastará 2 trilhões de ienes (cerca de R$ 101 bi) ao longo de cinco anos para acelerar a transição para veículos elétricos, para assim alcançar os concorrentes em uma das áreas de maior crescimento entre fabricantes de automóveis, de acordo com a Reuters. Esta é a primeira vez que a montadora japonesa, uma das primeiras fabricantes de veículos elétricos do mundo com seu modelo Leaf, há mais de uma década, está revelando um plano de eletrificação abrangente.
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A empresa vai gastar o dobro do que gastou na década anterior por uma fatia do mercado de veículos elétricos, enquanto os rivais, incluindo a Toyota e concorrentes mais recentes, como a Tesla, seguem em frente com seus planos de carros elétricos. A Nissan disse na segunda-feira que lançará 23 veículos eletrificados até 2030, dentre eles, além de modelos híbridos, 15 veículos elétricos.
Nissan quer reduzir custos de baterias para veículos elétricos
No comunicado divulgado à imprensa, a Nissan anunciou que quer reduzir os custos da bateria de íon-lítio em 65% em oito anos. Ela também planeja lançar todas as baterias de estado sólido com potencial para mudar o jogo até março de 2029. Esses compromissos, segundo o presidente-executivo Makoto Uchida, tornariam os veículos elétricos "acessíveis a mais motoristas", completou.
De acordo com a Reuters, alguns analistas entrevistados pela agência não ficaram impressionados com o plano da Nissan, observando que ela já estava atrás de seus rivais na eletrificação. O plano de eletrificação da empresa surge no momento em que se retrai de uma busca pelo volume de vendas impulsionada pelo ex-presidente Carlos Ghosn, reduzindo tanto a capacidade de produção, como os tipos de modelo, em um quinto, para melhorar a lucratividade da montadora.
Embora ainda seja apenas uma pequena parte dos veículos nas estradas, os registros globais de carros elétricos em 2020 cresceram 41%, mesmo com a queda de quase um sexto no mercado geral de carros, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA). Na cúpula do clima da ONU em Glasgow neste mês, os principais fabricantes de automóveis, incluindo General Motors e Ford , assinaram uma declaração que os comprometeu a eliminar os veículos movidos a combustível fóssil até 2040.
A Nissan, no entanto, de acordo com a agência Reuters, não se comprometeu a abandonar os veículos a gasolina. A empresa revelou nesta segunda-feira que metade de sua mistura de veículos será eletrificada até 2030, incluindo veículos elétricos e seus híbridos e-Power. O diretor de operações da montadora, Ashwani Gupta, disse à agência que a meta "é um ponto de referência que pode mudar".