Negociações de ações da Petrobras são suspensas na Bolsa

Petrobras enfrentou forte queda nas ações nesta sexta-feira (17) (NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)
Petrobras enfrentou forte queda nas ações nesta sexta-feira (17)

(NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)

  • Ações da Petrobras tem negociações suspensas na B3;

  • Motivo é a renúncia do presidente da estatal, José Mauro Filho;

  • Procedimento foi adotado devido à capacidade que a mudança tem em provocar oscilações prejudiciais.

As negociações das ações da Petrobras no pregão da Bolsa de Valores brasileira foram suspensas, nesta segunda-feira (20), após a renúncia do então presidente da estatal, José Mauro Filho. O procedimento foi adotado devido à capacidade que a mudança tem em provocar oscilações potencialmente prejudiciais.

A demissão acontece depois do governo de Jair Bolsonaro (PL) aumentar a pressão sobre Mauro Filho. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, disse que a gestão do presidente foi "um ato de terrorismo corporativo" e o acusou de trabalhar "sistematicamente contra o povo brasileiro". As críticas foram motivadas pelo novo reajuste de preços nos combustíveis, anunciado pela Petrobras na última sexta-feira (17).

As considerações de Lira, juntamente com as de outros políticos, provocaram forte queda nas ações da estatal. Os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera caíram 7,25% e 6,09%, respectivamente, na sexta.

No mesmo dia, a petrolífera perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado. "A Petrobras perdeu R$ 30 bilhões. Acredito que, na segunda-feira (18), com a CPI, vai perder outros 30", disse Bolsonaro durante um culto evangélico em Manaus (AM).

O desempenho negativo das ações da Petrobras, uma das principais empresas da Bolsa brasileira, fez com que o Ibovespa caísse 2,90%, aos 99.824 pontos. Esta é a pontuação mais baixa desde novembro de 2020. A perda semanal – de 5,36% - é a maior deste outubro do ano passado.

A crise, ocorrida principalmente por conta dos preços da gasolina e diesel, acontece em um momento delicado para a economia mundial, já que os Estados Unidos anunciaram um novo aumento na taxa de juros, de 0,75 ponto percentual. É a maior alta aplicada desde 1994, capaz de impulsionar uma recessão global.