CANNES (Reuters) - O ator Johnny Depp rejeitou sugestões de que está marcando seu retorno com o filme de abertura do Festival de Cinema de Cannes, "Jeanne du Barry", após um julgamento que ganhou grande repercussão há um ano, embora tenha admitido que as pessoas pararam de lhe procurar na época.

"Fico me perguntando sobre a palavra retorno, porque não fui a lugar nenhum", disse Depp depois de chegar 45 minutos atrasado para a coletiva de imprensa do filme nesta quarta-feira.

"Sim, talvez as pessoas tenham parado de me procurar por algum tipo de temor na época, mas não, eu não fui a lugar nenhum."

"Jeanne du Barry", no qual Depp interpreta o rei Luís XV, foi ovacionado por sete minutos no luxuoso Grand Theatre Lumière, onde estreou na noite de terça-feira.

O filme, da atriz e diretora francesa Maïwenn Le Besco, conhecida como Maïwenn, narra a vida da cortesã francesa Madame du Barry, que ascendeu socialmente em Versalhes, tornando-se a favorita do rei.

Maïwenn disse que escalou Depp, que fala francês no filme, porque ela estaria abraçando e beijando quem quer que fizesse o papel e queria ter um sentimento forte pelo ator.

"Eu realmente me apaixonei por ele nesse papel", disse ela.

Depp obteve uma vitória quase total de um júri dos Estados Unidos no ano passado em julgamento por difamação com a ex-esposa, a atriz Amber Heard, com os jurados concedendo a ele mais de 10 milhões de dólares em danos.

Menos de dois anos antes, Depp perdeu um processo por difamação no Reino Unido contra o tablóide Sun, que o chamou de "espancador de mulheres". Pouco depois, Depp foi retirado da franquia de filmes "Animais Fantásticos", um spin-off de "Harry Potter".

Depp disse nesta quarta-feira que se sentiu boicotado depois de ser convidado a renunciar ao filme e descreveu a cobertura da mídia sobre ele durante os julgamentos como "ficção escrita de maneira fantástica e horrível".

(Por Miranda Murray)