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Mpox, a varíola dos macacos, ainda é um problema de saúde pública, diz Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), lançou uma edição especial do encarte Mpox Multinacional nas Américas: LIções do Brasil e do México, da revista científica The Lancet Regional Health Americas na última quarta-feira (25), onde se comenta o estado da Mpox, popularmente conhecida como varíola dos macacos. A doença ainda é considerada um problema de saúde pública na região.

Viral, a Mpox é transmitida entre seres humanos através de lesões na pele dos infectados, fluidos corporais e roupas de cama infectadas, e gerou preocupação em 2022 pelo seu espalhamento na Europa, nas Américas e na Ásia, saindo de sua região endêmica na África. Esse é um dos temas comentados por especialistas como a infectologista Beatriz Grinsztejn, que lembrou da negligência na pesquisa e alocação de recursos para um tratamento efetivo em países africanos.

Varíola dos macacos segue sendo uma emergência de saúde pública, segundo especialistas — que também apontam negligência da patologia em estratos populacionais marginalizados (Imagem: MarinaDemidiuk/Envato Elements)
Varíola dos macacos segue sendo uma emergência de saúde pública, segundo especialistas — que também apontam negligência da patologia em estratos populacionais marginalizados (Imagem: MarinaDemidiuk/Envato Elements)

Mpox e recortes sociais

Segundo a cientista, a atenção sobre a patologia ter sido apenas levantada quando esta chegou à Europa seria uma vergonha para o mundo, já que a África lida com a Mpox há décadas, principalmente em países pobres. Na Nigéria, as lesões genitais causadas pela doença já haviam sido descritas, indicando sintonia com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). No país, a diversidade de orientações sexuais não é aceita, o que agrava a situação principalmente em grupos marginalizados, como os LGBTQIAP+.

Vera Paiva, professora do Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo (USP) comentou 5 áreas importantes que não podem ser negligenciadas, tanto na pandemia de covid-19 quanto em outras, incluindo os surtos recentes de Mpox. São elas:

  • Associação das infecções a pessoas de segmentos mais vulneráveis da sociedade;

  • Estruturas do sistema de saúde e seus problemas;

  • Combate a mensagens enganosas ou imprecisas (fake news);

  • Redução da dependência de vacinas e tratamentos estrangeiros;

  • Solução de crises de governança em meio ao combate a pandemias.

Segundo a cientista, já pudemos notar que epidemias e pandemias não são eventos apenas virais, mas interligados com todo o seu contexto. Políticas de enfrentamento têm muita influência na transmissão, evidenciada pelo elevado número de mortes e adoecimentos em regiões periféricas mais fragilizadas economicamente. Marcadores de desigualdade e violação de direitos humanos são confirmados pelo crescimento das pandemias em tais locais, aponta a professora.

O enfrentamento da Mpox precisa incluir várias frontes, já que mais fatores do que o mero espalhamento viral estão envolvidos na transmissão (Imagem: CDC/Unsplash)
O enfrentamento da Mpox precisa incluir várias frontes, já que mais fatores do que o mero espalhamento viral estão envolvidos na transmissão (Imagem: CDC/Unsplash)

Casos no Brasil

Até o dia 24 de janeiro deste ano, foram confirmados 10.711 casos de Mpox no Brasil, incluindo 11 óbitos, afetando especialmente os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 2022,o INI atendeu 416 casos confirmados no primeiro estado, e 402 no segundo. Apenas em janeiro, foram 32 casos atendidos, com 22 confirmados, 5 descartados e outros 5 sob análise. A taxa de positividade para este ano já é considerada alta, e um desafio para a saúde pública.

Desde o início do surto, análises do INI/Fiocruz apontam que os homens cis representam a maioria dos infectados, com 87% dos casos, contra 5,5% mulheres cis infectadas. A faixa de idade mais afetada vai de 30 a 39 anos, e 97% de todos os doentes tiveram alguma relação sexual nos 30 dias que antecederam os sintomas, reforçando a transmissão durante o ato. Dos pacientes confirmados no INI/Fiocruz, 51% conviviam com o vírus HIV e 30% tinham apenas uma parte do corpo afetada pela doença.

Fonte: Canaltech

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