MPF pede explicações ao Twitter após reclamações de usuários
MPF pede explicações após usuários protestarem contra a empresa por supostas fake news;
Hashtag criada chegou aos assuntos em destaque de quarta-feira;
Procuradoria que saber quais medidas estão sendo tomadas pela plataforma para resolver o problema.
Depois de usuários subirem a hashtag #TwitterApoiaFakeNews até as mais altas posições dos Assuntos do Momento da plataforma, o Ministério Público Federal decidiu pedir explicações ao Twitter sobre a falta de meios da plataforma para impedir a disseminação de notícias falsas sobre a COVID-19.
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Usuários se revoltam com impossibilidade de denunciar conteúdo
De acordo com os usuários, a versão brasileira da plataforma não permite denunciar conteúdo mentiroso sobre a COVID-19, impedindo assim que a desinformação seja retirada do site.
Em outros países, como os Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul, existe essa opção específica.
A questão não é somente de facilidade, dizem os usuários, mas sem a opção, as publicações mentirosas acabam tendo que ser enquadradas em outros motivos de denúncia, o que dificulta a exclusão por parte dos moderadores.
Outro problema apontado pelos internautas foi a concessão do selo de verificação a contas que reconhecidamente propagam notícias falsas.
É o caso da blogueira Bárbara Destefani, cujo perfil foi indicado pelo Supremo Tribunal Federal como parte de uma rede de divulgação de fake news.
Lá fora, diferente daqui no Brasil, as punições para estes casos também existem. Foi o caso do ex-presidente americano, Donald Trump, e mais recentemente da deputada americana Marjorie Taylor Greene, expulsa da rede por espalhar desinformação sobre a vacina.
MPF busca explicações
O procurador Yuri Corrêa da Luz, da Procuradoria dos Direitos do Cidadão do MPF em São Paulo, deu 10 dias para a empresa responder porque a ferramenta de denúncia específica para assuntos relacionados ao COVID-19 não está disponível no Brasil.
Ele também perguntou que providências estão sendo tomadas pela plataforma para impedir a circulação de conteúdos de desinformação sobre a pandemia.
Por fim, o procurador pediu explicações sobre os critérios para receber um selo azul de verificação na conta, visto que esse acaba dando um ar de autoridade e credibilidade para as contas.