Mourão desconsidera aumento para policias: "Não tem espaço para isso"
Falta de recursos e protesto de funcionalismo público são os principais impedimentos para reajuste;
"O presidente não bateu o martelo nisso ainda", disse Mourão;
Equipe técnica do Ministério da Economia já se posicionou contra os reajustes prometidos por Bolsonaro.
O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), disse não haver espaço no Orçamento para o reajuste de policiais neste ano. A informação foi dada em uma conversa com jornalistas na entrada do Palácio do Planalto nesta terça-feira (18).
De acordo com Mourão, o presidente ainda não está 100% decidido no assunto.
Dentre os entraves que seguram o aumento salarial para policiais federais estão a falta de verba, alertada pelo Ministério do Trabalho, e o protesto dos outros servidores federais, como os auditores da receita federal e os funcionários do banco central.
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Faltam recursos para o reajuste
O reajuste salarial foi prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua viagem ao Golfo Pérsico, em novembro.
No entanto, em meio a protestos de Paulo Guedes, Bolsonaro conseguiu na Câmara um espaço de apenas R$ 1,7 bi no Orçamento de 2022.
Segundo a equipe técnica do Ministério da Economia, o espaço é insuficiente e estima-se que o reajuste custe R$ 2,8 bi aos cofres públicos.
Em sua conversa com jornalistas, Mourão tocou no assunto, dizendo: "Sabe-se muito bem que não tem espaço no Orçamento para isso."
Servidores fazem protesto contra o governo
Entretanto, a aprovação do aumento para policiais deflagrou um movimento de protesto no restante do funcionalismo público federal, que demanda o reajuste prometido.
Desde dezembro o Sindifisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita) vem realizando protestos contra o governo. Estima-se que suas paralisações só no porto de Santos causem um prejuízo de R$ 125 milhões na arrecadação diária de impostos do comércio exterior.
Para esta terça está marcada para às 14h uma concentração de servidores em frente ao Ministério da Economia.
Os funcionários ficarão em frente ao edifício até o fim da reunião de Paulo Guedes, ministro da Economia, com o secretário especial da Receita Federal, Júlio César Vieira, que deve acontecer às 16h.