Mosquitos são quase eliminados de duas ilhas na China, dizem cientistas
Mosquitos foram quase eliminados em duas ilhas na China, no sul da província de Guangdong, de acordo com estudo publicado na revista científica Nature. O experimento tinha o objetivo de reduzir a população do mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus), causador principal de picadas e transmissão de doenças nas ilhas. A ocorrência do mosquito caiu em 94%, e picadas reportadas em humanos, em 97%.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu os insetos como um dos animais mais mortais do mundo, por conta de sua habilidade de espalhar doenças como dengue e malária com extrema rapidez e facilidade, causando surtos em diversos países.
Melhor que inseticida
O feito foi realizado através da limitação da habilidade de mosquitos machos e fêmeas de se reproduzirem: as fêmeas foram esterilizadas com doses pequenas de radiação, enquanto os machos foram infectados com a bactéria Wolbachia. Após o procedimento, as populações foram libertas durante o pico da temporada de reprodução nos anos de 2016 e 2017, nas duas ilhas próximas a Ghangzhou.
Os resultados foram tão bons que a população de mosquitos fêmeas das ilhas foi quase totalmente erradicada. Especialistas atestaram o sucesso dos testes, um dos mais bem-sucedidos até hoje dada a teimosia dos mosquitos em sobreviver. É muito difícil eliminar os mosquitos com pesticidas e remoção de água parada, algumas das medidas convencionais para controle das populações.
O mosquito-tigre-asiático é altamente invasivo, saindo da Ásia e atingindo quase todos os continentes nos últimos 40 anos. As ameaças dos animais vão além das meras picadas: eles espalham doenças mortais com muita rapidez, como dengue e malária. Em um surto em 2014, Ghangzhou teve 37.350 pessoas infectadas pela dengue.
Nas Filipinas, em 2019, um alerta nacional sobre a dengue foi emitido, após mais de 450 pessoas morrerem da doença apenas na primeira metade do ano. Sem vacina efetiva para tratamento da maioria das doenças transmitidas pelos mosquitos, a única saída é controlar as populações desses bichos, segundo os cientistas.
Fonte: Canaltech
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