Mistério de regiões de “queijo suíço” em Marte pode ter sido resolvido
Um novo estudo liderado por Peter B. Buhler, cientista do Instituto de Ciência Planetária, pode ter solucionado o mistério das regiões de “queijo suíço” em Marte. Elas ficam no polo sul do planeta e abrigam depósitos de dióxido de carbono e água congelados em padrões alternados que intrigam os cientistas há décadas, já que eles não deveriam se manter estáveis por longos períodos.
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Em um estudo publicado em 2020, Buhler e outros autores descobriram a dinâmica por trás destas formações e suas proporções: elas vêm de mudanças no eixo de inclinação de Marte, que afetam a pressão atmosférica. Estas mudanças produziam água e dióxido de carbono congelados de forma alternada.
Já o novo estudo é um desdobramento do anterior. Desta vez, os autores trabalharam com um modelo numérico que simulava a construção das camadas ao longo do tempo e o executaram cerca de um bilhão de vezes. O que melhor recriou a sequência de camadas observada em Marte foi uma quantidade decrescente de água congelada quando a inclinação do planeta aumentou e vice-versa.
Assim, eles descobriram que os materiais se acumulavam em depósitos ao longo de períodos cerca de dez vezes mais longos que os ciclos orbitais de Marte. Já os novos modelos mostraram como os depósitos de dióxido de carbono e da água cresceram e se encolheram ao longo dos ciclos de 100 mil anos de inclinação orbital do planeta.
Buhler conta que os ciclos em questão fazem com que os polos de Marte fiquem mais ou menos próximos do Sol. “Estas variações fazem com que a quantidade de luz solar brilhando em cada faixa de latitude e, por consequência, a temperatura de cada faixa, passarem por ciclos”, acrescentou.
Durante os ciclos, o gelo “migra” das regiões mais quentes para as mais frias, formando um ciclo global. Já os depósitos de camadas de água e do composto podem representar uma espécie de registro do histórico climático do planeta. “Estas camadas são importantes porque são um registro direto de como a água e o dióxido de carbono se moveram ao redor de Marte”, explicou.
Enquanto a espessura das camadas de água indica quanto vapor esteve na atmosfera e como ele viajou pelo planeta, a das camadas de dióxido de carbono mostram o quanto da atmosfera congelou e, portanto, o quão fina ou espessa a atmosfera de Marte foi. Ao compreender melhor o passado da pressão atmosférica de Marte e da água, os cientistas podem desvendar os processos básicos do clima marciano.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.
Fonte: Canaltech
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