Missão de perfuração pode ser aposta da NASA para busca de vida em Marte
Descobrir se houve ou ainda existe vida em Marte é uma tarefa que pode exigir perfurar a superfície do planeta — e é exatamente isso que a missão Mars Life Explorer (MLE) propõe. Ela seria voltada para a procura de sinais deixados por seres vivos no Planeta Vermelho, caso tenham existido, através de perfurações do solo. A empreitada ainda é bastante embrionária, mas foi apoiada em um relatório recente que determina as maiores prioridades de ciência planetária para a próxima década.
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De acordo com o documento, após a “fase de pico” da missão Mars Sample Return, que deverá trazer na próxima década as amostras marcianas coletadas pelo rover Perseverance, a próxima missão prioritária de classe média para o programa de exploração de Marte deveria ser a Mars Life Explorer. A ideia é que a MLE seja lançada na próxima década e encontre possíveis assinaturas de vida em formações congeladas próximas da superfície do planeta, perfurando o gelo, coletando amostras e analisando-as no local.
Para Philip Christensen, professor da Universidade do Estado do Arizona e co-diretor do comitê que analisa as propostas de estudos para a próxima década, esta é a missão que mais fez sentido para o comitê. “Acredito que examinar o ‘gelo moderno’ em Marte é algo muito lógico a se fazer após o retorno das amostras”, disse, em referência ao Mars Sample Return.
A MLE poderá ter um sistema de perfuração baseado no projeto The Regolith and Ice Drill for Exploration of New Terrains (TRIDENT), da Honeybee Robotics: trata-se de uma broca para perfuração do gelo ainda em desenvolvimento, para as missões VIPER e PRIME-1, ambas de exploração lunar. A ideia é que a MLE seja enviada a Marte durante a primavera e verão do planeta, em latitudes médias.
Já Amy Williams, professora assistente da Universidade da Flórida, observa que a MLE deverá estar muito bem equipada. “A tecnologia está pronta agora e, presumivelmente, haverá desenvolvimentos de tecnologia e engenharia deste e de outros sistemas de perfuração, de modo que melhorias no sistema podem estar disponíveis quando a MLE for lançada no final da década de 2030”, disse.
Claro, a missão ainda é um estudo puramente conceitual — mas, para ela, a beleza da proposta está justamente nisso. “Existe a habilidade de desenvolver ideias alternativas, onde a nave poderia pousar para aumentar a confiança em determinado local de pouso”, sugeriu. “Mas há também a carga útil que enviamos para abordar esta pergunta fundamental: estamos sozinhos no universo?”.
Fonte: Canaltech
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