Missão buscará vida alienígena usando o Sol como telescópio gigante
A NASA concedeu US$ 2 milhões para um projeto que pretende usar o Sol como uma lente gravitacional para observar exoplanetas e procurar por bioassinaturas extraterrestres. O financiamento é parte do Instituto de Conceitos Avançados da agência espacial, iniciativa que apoia vários projetos “estranhos”.
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Não é a primeira vez que cientistas propõem usar o Sol como um telescópio gigante. A ideia é simples: como nossa estrela é relativamente massiva, o espaço ao seu redor é distorcido, desviando e distorcendo a luz de objetos muito mais distantes (desde que estejam exatamente atrás do Sol).
Assim, a imagem de sistemas com exoplanetas alinhados com o Sol e os instrumentos científicos poderia ser ampliada pela lente gravitacional, permitindo análises mais detalhadas do espectro de transmissão da atmosfera desses mundos distantes.
O espectro de transmissão é uma das ferramentas mais valiosas para o estudo de composição dos exoplanetas. Através dele, os cientistas observam a luz que atravessa a atmosfera dos planetas e descobrem quais elementos químicos interagiram com essa luz.
No caso da missão proposta à NASA, vários pequenos satélites seriam enviados em pontos específicos do espaço, de onde a lente gravitacional solar se formaria diante os seus campos de visão. Para chegar a esses pontos, será necessária uma viagem de até 25 anos.
Uma vez posicionados no local correto, os satélites buscarão um exoplaneta que esteja exatamente alinhado com o Sol e os próprios instrumentos de observação. O campo gravitacional do Sol aumentaria a luz do exoplaneta à medida que passa pela nossa estrela, permitindo que os satélites vejam muito além do que foi possível até agora.
Esses pontos ficam a cerca de 1.000 vezes a distância entre a Terra e o Sol — várias vezes a distância total percorrida pela Voyager 1, lançada há 44 anos. Para cobrir a distância em tempo menor, os cientistas pretendem usar uma vela solar, que aproveita a luz do Sol para impulsionar a espaçonave rumo às fronteiras do Sistema Solar.
O artigo que descreve a proposta ainda aguarda revisão de pares.
Fonte: Canaltech
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