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Riscos em pintura rupestre de 20.000 anos podem ser escrita mais velha do mundo

Em novo estudo de pinturas rupestres, cientistas propÔem que pontos, riscos e desenhos em Y com 20.000 anos nas cavernas da Europa possam ter sido um sistema primitivo de escrita, ou, na verdade, proto-escrita. Segundo os especialistas, essa seria uma forma de marcar o comportamento de animais no que tange seu ciclo migratório, reprodutivo e comportamental, jå que os rabiscos acompanham desenhos das criaturas.

As anotaçÔes antigas seriam uma forma de registrar informaçÔes importantes sobre as presas que os homens primitivos caçavam, sinais abstratos Ă  primeira vista, mas que requereriam capacidades de abstração e cognição sofisticadas. A classificação de tais sĂ­mbolos como uma proto-linguagem, no entanto, Ă© contestada por diversos cientistas, que, embora concordem que nossos ancestrais teriam a capacidade cognitiva para tal, apontam possĂ­veis erros nas evidĂȘncias.

A presença dos riscos e pontos junto aos animais pode representar ciclos de reprodução e migração (Imagem: Bacon et al./Cambridge Archaeological Journal)
A presença dos riscos e pontos junto aos animais pode representar ciclos de reprodução e migração (Imagem: Bacon et al./Cambridge Archaeological Journal)

Como funcionaria a proto-escrita

Os povos caçadores-coletores do passado acompanhavam manadas de animais como cervos, bisĂ”es e cavalos, que apareciam em diferentes estaçÔes. Saber quando as migraçÔes ocorriam, quando os bichos acasalariam e dariam Ă  luz era importantĂ­ssimo para a sobrevivĂȘncia no PaleolĂ­tico. Analisando centenas de sĂ­mbolos, os cientistas descobriram que, no caso dos pontos e linhas, eles nunca passavam do nĂșmero 13.

Essas sequĂȘncias de atĂ© 13 riscos batem com os 13 meses lunares de cada ano — seria uma forma inteligente de marcar, mensalmente, o comportamento dos grupos de animais observados pelos antigos humanos. Isso faria sentido contando o inĂ­cio do "calendĂĄrio" como sendo na primavera, cuja chegada Ă© bem clara, e corresponde com as marcaçÔes em relação Ă  fauna e seus perĂ­odos de acasalamento.

Foram mais de 800 sequĂȘncias de sinais analisadas estatisticamente, coincidindo com sua associação a cada animal desenhado. Um sĂ­mbolo em forma de "Y" tambĂ©m foi estudado, e, de acordo com os cientistas, seria indicativo da Ă©poca em que cada bicho daria Ă  luz. Assim, esse seria um protossistema de escrita, um intermediĂĄrio entre as representaçÔes mais bĂĄsicas e a escrita em si.

OcorrĂȘncia do sĂ­mbolo
OcorrĂȘncia do sĂ­mbolo "Y" nas pinturas rupestres, possĂ­vel indicativo de quando animais dĂŁo Ă  luz (Imagem: Bacon et al./Cambridge Archaeological Journal)

Controvérsias

Embora muitos cientistas considerem bem-vindas as tentativas de desvendar a possĂ­vel linguagem antiga, hĂĄ alguns problemas apontados na pesquisa. A maioria dos animais representados nas cavernas, por exemplo, sĂŁo quadrĂșpedes, enquanto os humanos, bĂ­pedes, tinham o costume de dar Ă  luz em posição agachada. O sĂ­mbolo "Y" como representante icĂŽnico do parto, entĂŁo, nĂŁo seria tĂŁo Ăłbvio.

HĂĄ alternativas, como a representação do mĂșsculo braquiocefĂĄlico dos cavalos, que tem forma de Y, ou outras caracterĂ­sticas anatĂŽmicas, como pelos ou pernas. O estudo tambĂ©m focou em poucos sĂ­mbolos. HĂĄ uma dĂ©cada, pesquisadores jĂĄ haviam criado uma base de dados com mais de 200 cavernas do sul da França e da Espanha, sĂ­tios arqueolĂłgicos contendo dĂșzias de sinais. Pelo menos 32 dos sĂ­mbolos sĂŁo recorrentes, e os cientistas da proto-escrita resolveram focar em apenas 3.

Eles defendem a escolha, jå que o trio de sinais é o mais representado: os riscos e pontos são, de longe, os mais comuns, e entre os mais complexos, o Y também é o mais usado. O foco é, no fim das contas, nas bases cognitivas e linguísticas do sistema de escrita, ao invés do significado individual de cada signo, mas os pesquisadores planejam estudar os 90% restantes também.

Fonte: Canaltech

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