Microsoft acusa Sony de influenciar decisões do governo britânico
Empresa japonesa está tentando impedir fusão entre Microsoft e Activision Blizzard;
Sony já disse disse contrária à união entre as duas empresas antes, afirmando que o acordo é ruim para o cenário de jogos;
Microsoft acusou a rival de boicotar sua aprovação nos órgãos reguladores estatais.
A Microsoft acusou a Sony, sua rival no mundo dos jogos, de influenciar as decisões da Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), órgão regulador do poder econômico do Reino Unido. A agência está supervisionando a fusão entre a empresa e a Activision Blizzard no país.
Segundo as declarações da Microsoft nesta quarta-feira, a empresa japonesa está tentando prejudicar seu acordo de US$ 69 bilhões, ou R$ 360 bilhões. "A decisão incorretamente se baseia em declarações egoístas da Sony que exageram significativamente a importância de 'Call of Duty' e negligenciam a clara capacidade da Sony de responder competitivamente", disse a empresa.
No mês passado a CMA afirmou que a fusão da empresa americana com a Activision Blizzard, uma das maiores produtoras e desenvolvedoras de jogos eletrônicos do mundo, poderia prejudicar a concorrência e que iria investigar mais o assunto.
"A CMA está preocupada que ter controle total sobre este poderoso catálogo (...) pode resultar na Microsoft prejudicando os consumidores e a capacidade da Sony - rival mais próxima da Microsoft - de competir", disse o órgão regulador.
"Nossa investigação é sobre proteger a concorrência no Reino Unido. A decisão da Fase 1 identificou três áreas em que o acordo pode causar danos: consoles, serviços de assinatura de vários jogos e serviços de jogos em nuvem", disse um porta-voz da CMA.
Com a fusão, a Microsoft se tornaria dona de grandes franquias de videogame, como "Call of Duty". Apesar de já ter se comprometido a não realizar ações que prejudiquem o acesso e a performance do jogo no PlayStation, console da Sony, as falas da Microsoft parecem não ter sido levada a sério pela gigante japonesa e pelos órgãos estatais.
A Sony afirmou através de um porta voz que o acordo seria "ruim para a concorrência, ruim para a indústria e ruim para os próprios jogadores".
"Esse acordo dará ao ecossistema Xbox uma combinação única de tecnologia e conteúdo e, portanto, uma posição dominante em videogames, com consequências devastadoras para consumidores, desenvolvedores independentes e para a própria Sony", disse.
Para se fruir, a fusão deve ser aprovada por órgãos regulatórios importantes ao redor do mundo, como nos Estados Unidos, na China e na União Europeia. No Brasil, a fusão está sendo supervisionada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).