Metade dos trabalhadores do Brasil pararam durante pandemia de coronavírus
Pela primeira vez, o número de brasileiros inativos, ou seja, sem emprego e sem buscar algum, ultrapassou 40%. O maior índice foi registrado nos trimestres encerrados em julho e agosto, quando o indicador chegou a 45,3% (a média histórica é de 38,9%). Somada aos desempregados (à procura de trabalho), a quantidade de pessoas sem ocupação chegou a 53,2%, um recorde.
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Os dados, publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, são de um estudo feito pelo professor sênior da FEA/USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn. O especialista utilizou dados de todas as pesquisas Pnad Contínua, do IBGE, para chegar aos parâmetros.
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Segundo Zylberstajn, quando a pandemia chegou ao Brasil, entre março e abril, o mercado de trabalho sofreu um enorme baque, sobretudo os trabalhadores informais, em função das medidas restritivas de circulação para evitar a propagação do novo coronavírus.
Nos meses seguintes, os formais foram também atingidos, mas com intensidade menor em decorrência de uma medida provisória que permitiu empresas de suspenderem contratos ou reduzirem a jornada e o salário de funcionários. “Isso manteve essas pessoas fora dessa categoria não ocupadas. E não foi pouca gente. Essa quantidade de pessoas cujo emprego foi preservado deve beirar os 12 milhões”, disse o professor.
Em dezembro de 2019, a taxa de não ocupados, que considera os brasileiros fora da força de trabalho mais os desocupados, estava em 44,9%. Na época, os brasileiros desocupados eram 6,8% do total de pessoas em idade para trabalhar, enquanto os inativos (desempregados que não buscavam emprego) somavam 38,1%. Os dois indicadores subiram a 8% e 44,9%, respectivamente, no trimestre encerrado em setembro.
A tendência, de acordo com Zylberstajn, é que 2021 traga uma mudança maior no cenário do emprego no país, com um número maior de brasileiros entrando para as estatísticas dos desocupados. Isso porque a metodologia do IBGE só considera na taxa de desocupação aqueles que estão em busca de emprego.
Com o fim do auxílio emergencial e redução do distanciamento social, os números vão mudando, com mais brasileiros na rua em busca de ocupação ou efetivamente empregados: “A gente vai ter uma mudança na força de trabalho, que são os ocupados e desocupados. Vai aumentar muito a quantidade de desocupados, que são uma parte dos não ocupados. Eles vão voltar ao mercado de trabalho, com a economia reafirmando, mas não vai ter ocupação para todo mundo”.
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