Metade da população continuará a ser classes D e E no Brasil até 2024
Estudo sugere que apenas as classe mais ricas foram favorecidas pela retomada econômica
A expectativa é que mais da metade da população fique entre os mais pobres nos próximos dois anos
A renda mensal das classes D e E é de apenas R$ 2,9 por família
Até 2024 mais de metade da população brasileira deverá estar nas classes D e E, de acordo com o estudo da Tendências Consultoria. De acordo com a pesquisa, a retomada da economia apenas favoreceu as camadas mais ricas da sociedade.
A projeção indica que 50,7% dos domicílios do país terminarão o ano com a renda mensal de até R$ 2,9 mil, enquanto apenas 2,8% serão da classe A (recebendo acima de R$ 22 mil).
“A mobilidade social no Brasil deve ser bastante reduzida nos próximos anos, acompanhando um fenômeno típico de países com alta desigualdade de renda”, diz o estudo. Ou seja, a melhora na renda não deve acontecer a curto ou médio prazo.
A estimativa é que a renda da população mais pobre só comece a voltar aos níveis de 2014 (47%) após 2024. Os dados são baseados na pesquisa Classes de Renda e Consumo no Brasil (2022 a 2032).
O documento ressalta ainda que a ampliação permanente dos benefícios sociais (como o Auxílio Brasil) não será suficiente para garantir o enxugamento das classes D e E no curto prazo e as condições do mercado de trabalho devem seguir deterioradas
Estratificação dos domicílios em 2022 (segundo informações do Infomoney):
Classe A: 2,8% (renda mensal domiciliar superior a R$ 22 mil)
Classe B: 13,2% (renda mensal domiciliar entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil)
Classe C: 33,3% (renda mensal domiciliar entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil)
Classes D/E: 50,7% (renda mensal domiciliar até R$ 2,9 mil)