Meta processa empresas do Brasil por venda de seguidores no Instagram
Meta acusa duas empresas brasileiras de engajamento falso
De acordo com os Termos de Uso da plataforma, essa prática, conhecida como "Fazenda de Cliques", é ilegal.
Ações tramitam na 1ª e 2ª Varas Empresarial e de Conflitos de Arbitragem, em São Paulo
A Meta, empresa dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, revelou que está processando a MGM Marketing Digital LTDA e a Igoo Networks Eireli Me, duas empresas brasileiras, por venda de curtidas, seguidores e visualizações a outros perfis no Instagram. De acordo com os Termos de Uso da plataforma, essa prática, conhecida como "Fazenda de Cliques", é ilegal.
De acordo com uma reportagem do portal G1, as empresas operavam com os nomes de “InstaBrasil”, “Seguidoresgram”, “InstaCurtidas”, “SMM Revenda” e “Seguidores Brasil” para driblar possíveis verificações. Em comunicado divulgado à reportagem, a diretora jurídica da Meta, Jessica Romero, explicou que “além da venda de engajamento, alguns dos serviços solicitavam as credenciais de login de usuários do Instagram”.
As ações tramitam na 1ª e 2ª Varas Empresarial e de Conflitos de Arbitragem, em São Paulo. O G1 teve acesso aos processos e levantou que, "no último dia 10 de agosto, o juiz responsável pelo caso, Luis Felipe Ferrari Bedendi, classificou como grave as alegações apresentadas pela Meta e deu cinco dias para que MGM Marketing Digital e Igoo Networks se manifestem sobre o caso. Além delas, a dona do Facebook informou que está desativando contas que prometem engajamento falso e que notificou mais de 40 empresas brasileiras pela prática no Instagram e no Facebook".
Meta e processos
Em novembro do ano passado, o procurador-geral do estado de Ohio, nos Estados Unidos, abriu um processo contra a Meta, acusando a empresa de violar a lei federal de valores mobiliários ao não divulgar aos investidores as pesquisas internas sobre os efeitos nocivos de suas plataformas sobre as crianças.
O caso foi feito em nome do Sistema de Aposentadoria de Funcionários Públicos de Ohio e dos investidores do Facebook, que coletivamente perderam mais de US $ 100 bilhões em participação de mercado desde que a funcionária que se tornou denunciante, Frances Haugen, vazou pela primeira vez documentos internos para o Wall Street Journal, disse o procurador-geral, David Yost.
Já em junho de 2022, no Brasil, a Meta foi condenada a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 2 mil para uma usuária que ficou oito meses sem conseguir acessar sua conta do Instagram. O bloqueio aconteceu após tentativa de login em outro dispositivo.
A decisão da 2ª turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal considerou a demora do suporte e os inúmeros esforços da usuária para recuperar a conta. Além da quantia em dinheiro, a Meta também terá que reativar o perfil da mulher.