Mesmo com colapso na saúde, Bolsonaro questiona ocupação de UTIs: “Parece que só morrem de Covid-19”

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Bolsonaro questionou os dados levantados sobre a Covid-19
Bolsonaro questionou os dados levantados sobre a Covid-19
  • Bolsonaro questionou os números levantados sobre ocupação de leitos no Brasil

  • Presidente voltou a manifestar-se contra o lockdown

  • Ele afirmou, ainda, que está sendo perseguido

Em meio ao colapso na saúde que atinge todo o Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostrou descrente em relação aos dados levantados sobre a ocupação de UTIs no país. Em conversa com seus apoiadores no Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira, ele levantou suspeitas de exageros na notificação de casos de Covid-19.

“Parece que só morrem de Covid-19 (no Brasil). Você pode ver. Os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. O que precisamos fazer? Ver quantos são de Covid-19, quantos são de outras enfermidades”, declarou.

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Na última terça-feira, a Fiocruz divulgou boletim sobre o coronavírus e constatou que o Brasil vive o maior colapso sanitário de sua história. Entre as 27 unidades da federação, 24 estados e o DF estão com ocupação de leitos de UTI acima dos 80%. Desses estados, 15 tem ocupação maior que 90%. Roraima (73%) e Rio de Janeiro (79%) são as únicas duas unidades da federação com índices mais baixos.

Na semana passada, o país registrou pela primeira vez dois mil mortos em 24 horas. E mesmo com os números alarmantes na saúde, Bolsonaro voltou a se posicionar contra o lockdown, destacando o impacto econômico que tal medida teria no país.

“Para que existiu o lockdown lá em março, abril (de 2020)? Não era para alongar a curva? Ninguém fala mais de alongar a curva”, comentou. “Vocês estão vendo a população sofrendo, perdendo emprego. Famílias pobres que ficaram miseráveis.”

O presidente se disse vítima de perseguição (AP Photo/Eraldo Peres)
O presidente se disse vítima de perseguição (AP Photo/Eraldo Peres)

“Querem derrubar o presidente”

Sem mencionar os supostos responsáveis, Bolsonaro se disse vítima de perseguição política. “Aqui é um dos raros países em que querem derrubar o presidente”, afirmou. “Querem que eu tome uma medida precipitada. O país está dividido, em guerra política para (a eleição de) 2022.”