Mercado de títulos globais começa 2023 com enxurrada de ofertas
(Bloomberg) -- O mercado global de títulos começou o ano com uma enxurrada de ofertas de emissores como bancos europeus e governos asiáticos, que aproveitaram custos de captação atraentes.
Quatorze grandes emissores ofereceram títulos na terça-feira, incluindo BNP Paribas e Rabobank na Europa, e Sumitomo Mitsui e o governo de Hong Kong na Ásia. Nos EUA, são previstos US$ 40 bilhões em vendas de dívida de grau de investimento esta semana — mais de quatro vezes o volume de todo o mês de dezembro.
“Acho que 2023 começará com tudo, com emissores ansiosos para usar suas janelas de oportunidade”, disse Armin Peter, chefe global de captações do UBS, referindo-se ao período de emissões antes da temporada de balanços. “Por mais que o consenso do mercado aponte para um primeiro semestre difícil e um segundo melhor, os emissores não terão tempo a perder e seguirão com as ofertas.”
As vendas desta terça-feira representam um retorno aos negócios bem-vindo para o mercado de dívida, após um ano tumultuado por aumentos agressivos de juros e inflação alta. Os investidores começam a apostar que a inflação ficará sob controle, e os custos de captação caíram perto de níveis vistos pela última vez em meados de 2022.
Na Europa, o mercado chegou a ficar 52 dias sem ofertas de títulos corporativos, e o volume de emissões no acumulado do ano até meados de dezembro foi de apenas € 803 bilhões (US$ 848 bilhões), o menor nível desde 2018.
Na Ásia, excluindo o Japão, empresas e governos venderam apenas US$ 168 bilhões em títulos em 2022, o menor volume anual desde 2015, de acordo com dados compilados pela Bloomberg sobre transações de pelo menos US$ 100 milhões. As vendas de títulos em dólares da América Latina também desabou.
Para 2023, a perspectiva é mista. A depreciação do dólar contra as principais moedas nos últimos meses e sinais de que os juros nos EUA vão atingir um pico este ano podem estimular uma retomada das vendas. Ao mesmo tempo, há a expectativa de uma recessão global e que os bancos centrais continuam sua luta contra a inflação.
--Com a colaboração de Paul Cohen, Michael Gambale e Josyana Joshua.
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