Manifestantes lembram Fed de impacto de juros altos no emprego
(Bloomberg) -- Enquanto os dirigentes do Federal Reserve iniciavam sua reunião de política monetária de dois dias em Washington, manifestantes se aglomeravam do lado de fora para lembrá-los que aumentos agressivos de juros têm um custo humano.
Dezenas de pessoas vestindo camisetas verdes se declaravam “defensores do pleno emprego” e cantavam e acenavam com cartazes que diziam “Nós somos a economia”. As autoridades devem considerar aumentar as taxas de juros em 0,75 ponto percentual nesta semana, depois que más notícias sobre a inflação sinalizaram que os aumentos de preços estão se tornando mais amplos.
Os manifestantes falaram sobre como as comunidades desfavorecidas se beneficiam do aumento dos salários e dos fortes mercados de trabalho. Sua mensagem para os formuladores de política monetária: as pessoas que podem perder empregos à medida que o banco central aumenta juros para combater a inflação geralmente são as últimas a se beneficiarem quando a economia está indo bem.
“Embora a estabilidade dos preços seja certamente uma parte importante do mandato do Fed, o pleno emprego também é essencial”, disse Benjamin Dulchin, diretor do grupo que organizou a manifestação, em entrevista.
Mercados de trabalho fortes podem fazer uma diferença significativa para trabalhadores negros e hispânicos e trabalhadores de baixa renda, criando mais oportunidades e levando a salários mais altos, disse Dulchin. As disparidades de emprego entre trabalhadores negros e brancos que persistem ao longo do tempo podem começar a diminuir, disse ele. Mas esse progresso para quando os mercados de trabalho enfraquecem, disse.
O Fed tem um mandato duplo para visar a estabilidade de preços e o emprego máximo. Sob novos parâmetros revelados em agosto de 2020, o banco central prometeu buscar um pleno emprego que seja “amplo e inclusivo”.
Com o desemprego nos EUA perto de mínimas históricas em 3,6%, as autoridades mudam seu foco para combater a inflação, que está em uma máxima de 40 anos. Mas algumas disparidades raciais persistem. A taxa de desemprego dos negros subiu ligeiramente para 6,2% em maio, aproximadamente o dobro da taxa de desemprego dos brancos e acima da mínima de 5,4% alcançada antes da pandemia.
Dados divulgados na última sexta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor subiu 8,6% em maio em relação ao ano anterior, frustrando as esperanças de que a inflação tivesse atingido o pico. Os números superaram todas as estimativas em um sinal de que as pressões de preços estão se arraigando na economia.
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