Manifestantes indígenas paralisam poços de petroleira no Equador
Manifestantes indígenas do Equador que se opõem às políticas do governo forçaram a paralisação de poços da PetroOriental, o que resulta em um prejuízo de 1.400 barris por dia (bpd), informou a empresa chinesa nesta terça-feira.
"Algumas de nossas locações petrolíferas estão ocupadas desde ontem ilegalmente e mediante o uso da força por algumas pessoas da etnia Waorani da comunidade Yawepare", na Floresta Amazônica. "Eles intimidaram nossos técnicos, apreenderam suprimentos e alimentos e os obrigaram a interromper a atividade de oito poços e equipamentos nas locações Nantu E e Campo Hormiguero”, acrescentou a petroleira.
O petróleo bruto é o principal produto tradicional de exportação do Equador. A PetroOriental explora os blocos 14 e 17, localizados na província amazônica de Orellana e que produzem cerca de 11.700 bpd.
Convocados pela principal organização indígena equatoriana, Conaie, os povos indígenas protestam desde ontem por tempo indeterminado contra o governo do conservador Guillermo Lasso, de quem exigem a redução dos preços dos combustíveis e a reestruturação das dívidas dos camponeses com os bancos. Além disso, houve bloqueio de estradas, como os acessos a Quito.
O presidente da Conaie, Leônidas Iza, foi preso hoje por supostos atos de vandalismo durante os protestos. Lasso denunciou um "ataque a uma instalação de bombeamento de petróleo" na Amazônia, sem identificar a empresa responsável pela mesma.
A PetroOriental informou que "as atividades nessas locações seguem paralisadas e não foi possível retomá-las mesmo com apoio militar, uma vez que as vias de acesso foram bloqueadas. Os veículos do Exército foram inutilizados pelo uso de lanças contra os pneus", acrescentou.
A empresa, que faz parte das grandes petroleiras chinesas CNPC e Sinopec, ressaltou que a situação foi notificada ao governo nacional, "para garantir a normalidade operacional e o cumprimento dos nossos contratos com o Estado equatoriano".
A produção de petróleo do Equador entre janeiro e abril foi de 481 mil bpd, dos quais 65% foram exportados, segundo o Banco Central do país.
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