Manifestação em Buenos Aires pede que suspeito de matar a brasileira Emmily volte à prisão
Protesto na frente do local da morte de Emmily Gomes, o apartamento do empresário Francisco Sáenz Valiente, visa pressionar a Justiça, a uma semana de audiência que avalia a liberdade do acusado de feminicídio e de fornecimento de drogas.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
Os parentes e os amigos da brasileira Emmily Rodrigues Santos Gomes, de 26 anos, morta depois de cair do apartamento do empresário Francisco Sáenz Valiente, de 52 anos, em 30 de março passado, não acreditam na versão de suicídio e, apesar de a Justiça ter libertado o acusado por falta de provas, pedem que a Justiça reveja essa decisão.
“Este protesto é porque o empresário Sáenz Valiente e a médica Juliana Mourão estão livres e porque não acreditamos na versão de um surto psicótico que levou a um suicídio. Para nós, houve um assassinato”, afirma à RFI Vanessa Vargas, amiga de Emmily.
Aos gritos de “assassino” e de “abusador”, cerca de 300 pessoas reuniram-se na porta do luxuoso edifício onde o empresário mora e de cujo sexto andar Emmily caiu na manhã do dia 30 de março.
Os manifestantes olhavam para o sexto andar, insultando o empresário que, na verdade, está recolhido numa fazenda desde o dia 18 de abril, quando a Justiça em primeira instância decidiu pelo fim da prisão preventiva, após 20 dias da morte Emmily.
Contradições na tese de suicídio
Pela versão da defesa, a brasileira Emmily Gomes suicidou-se depois de um surto psicótico provocado pela mistura de drogas, especialmente de cocaína rosa, uma droga que pode provocar efeitos psicodélicos. Já para a acusação, o empresário cometeu um feminicídio para encobrir uma tentativa de abuso sexual, frustrada quando Emmily ficou consciente da suposta cilada.
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