Mais de 300 estrelas variáveis são encontradas em galáxia satélite da Via Láctea
Mais de 300 estrelas variáveis foram identificadas na galáxia Antlia 2 (ou apenas “Ant 2”), considerada uma galáxia satélite da Via Láctea. A descoberta foi feita por astrônomos que utilizaram o observatório Cerro Tololo Inter-American (CTIO), no Chile, e poderá contribuir para a compreensão da galáxia e de seus arredores.
Localizada a cerca de 422 mil anos-luz de nós, a Ant-2 foi descoberta pela identificação de três estrelas variáveis RR Lyrae (RRL), consideradas ótimas ferramentas para estudar a morfologia, metalicidade e idade das galáxias, principalmente daquelas que têm baixo brilho de superfície.
As estrelas que ajudaram na identificação fazem parte do catálogo Gaia DR2, e observações subsequentes mostraram que, na verdade, elas estavam na frente da Ant 2; portanto, não eram parte dela. Um estudo sugeriu que as RRL identificadas estavam perto de uma nuvem de detritos, vindos da Ant 2 durante sua disrupção das forças de maré da Via Láctea.
Assim, para confirmar este cenário, será preciso realizar um levantamento completo das estrelas RRL da Ant 2 e de sua vizinhança. A equipe liderada por Katherina Vivas, do observatório CTIO, fez uma busca por estrelas RRL e outras variáveis que estivessem na galáxia ou em sua linha de visão, e descobriram um grande grupo de estrelas variáveis por lá.
A descoberta das estrelas variáveis
Como o nome sugere, as estrelas variáveis são aquelas cujo brilho muda, o que pode ocorrer em apenas algumas frações de segundo ou até ao longo dos anos. Elas podem ser de diversos tipos, e podem também indicar aspectos importantes da estrutura e evolução estelar, contribuindo para a compreensão da escala de distâncias no universo. No caso do estudo, as estrelas variáveis eram do tipo RR Lira, conhecidas por serem da classe A ou F e com massa equivalente à metade da do Sol.
Os astrônomos descobriram 350 estrelas variáveis pulsantes, sendo que 318 são RRLs e 8 são Cefeidas anômalas; as estrelas da classe das Cefeidas mostram variações de diâmetro e temperatura, produzindo também as típicas mudanças no brilho. Eles consideram que as RRLs detectadas são membros puros da galáxia, que não foram “contaminados” pelas estrelas do mesmo tipo da Via Láctea.
O resultado sugere que a distância a Ant 2 é de aproximadamente 404.500 anos-luz, portanto, menor do que se pensava. Além disso, eles conseguiram confirmar que, de fato, Ant 2 é uma grande galáxia — que pode até mesmo se estender além da área observada. Por fim, eles sugerem que as estrelas RRLs observadas se separaram da parte principal da galáxia após a última passagem por lá, provavelmente ocorrida há 800 milhões de anos.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, sem passar por revisão de pares.
Fonte: Canaltech
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